Análise

CEOs projetam perspectiva otimista para 2024, apesar de cenário desafiador

Atualizado 06/03/2024 às 11:01:03

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Entender as percepções, sensações e expectativas para o próximo ano é um grande termômetro para antecipar cenários e projetar estratégias. Por esse motivo, fechando a série de estudos Data-Leaders neste ano, o instituto de pesquisa e big data Data-Makers e a agência de comunicação CDN realizaram a pesquisa “Líderes de Negócios e Perspectivas para 2024”. A análise contou com a participação de 216 líderes de negócios, entre CEOs e C-Levels dos mais diferentes segmentos, que compartilharam prognósticos para a economia, os negócios e suas carreiras.

Antes de entrar nas projeções para o ano que vem, o estudo abordou a retrospectiva de 2023. Boa parte dos entrevistados fez uma análise positiva do período, com 46% assinalando o ano como bom ou excelente. As avaliações mais favoráveis foram na esfera individual, entre vida pessoal com 74% e carreira com 65%. A análise do contexto coletivo pontua que 47% dos líderes consideram o ano apenas razoável na economia geral e para o Brasil. Além disso, ‘preocupação’ foi a palavra que resumiu 2023 para 32% dos entrevistados.

Confiança dos líderes

Para esse estudo, a Data-Makers desenvolveu um índice de confiança dos executivos, que avalia as perspectivas para 2024 em relação à empresa, carreira, setor e economia, em geral. Para compor o índice, dez parâmetros são ponderados de acordo com ao grau de certeza e proximidade do executivo com o atributo a ser analisado. Projeções sobre a própria carreira e o que acontece na empresa, por exemplo, ganham mais peso que as projeções para a economia do país.

“O índice de confiança do executivo foi criado para apontar de uma forma simples e direta o quão confiante a comunidade de negócios do Brasil está. O índice para 2024 é de 66 e traduz muito bem o momento em que vivemos, de otimismo moderado”, afirma Fabrício Fudissaku, CEO da Data-Makers.

Entre os itens mais bem avaliados no estudo estão vendas da empresa (77), otimismo geral (72), contratação de produtos e serviços (67), crescimento da equipe (65) e recursos para crescimento (62).

Preocupações e sentimentos A principal preocupação do líderes de negócios é ‘resultado da empresa’ (65%), surpreendentemente na frente de fatores como ‘vida pessoal’ (39%), ‘saúde’ (32%) e ‘saúde mental’ (31%). Outra grande preocupação está em ‘fatores Macroeconômicos’ (57%).

Os executivos também apostam em 2024 como um ano de mudanças na vida profissional e pessoal. A oportunidade mais citada foi a ‘atuação como conselheiro’ com 60% de menções. Também é importante ‘melhorar a saúde física’ (51%) e ‘conquistar estabilidade financeira/ aumento de patrimônio’ (43%). Chama a atenção também o percentual que busca ‘realização no cargo atual’ (32%), item que fica na frente de ‘mudança de empresa’ (21%), o que revela a busca por estabilidade.

Sobre os sentimentos associados ao que os executivos esperam para 2024, ‘esperança’ se destaca com 42% das menções. ‘Gratidão’ (14%) e ‘felicidade’ (13%) aparecem na sequência. Entre as tendências mais mencionadas para 2024 estão inteligência artificial (58%), transformação digital (57%), ESG (35%), experiência do cliente (31%) e diversidade, equidade e inclusão (28%).

Desafios e oportunidades em 2024 Entre os maiores desafios apontados para o próximo ano estão gastos públicos elevados (68%), política interna (66%), inflação (44%), queda de demanda interna (33%) e escassez de crédito (25%). “Mais do que oscilações na demanda e variações cambiais, os temas econômicos que estão tirando o sono dos executivos são principalmente questões internas. O temor é ainda maior do que a inflação, que tradicionalmente é um ponto crítico para nós brasileiros”, pontua Fabrício.

Para os indicadores econômicos, os líderes apontaram para a expectativa de aumento nos juros, inflação, desemprego, dólar e serviços. Eles também esperam queda no PIB, indústria e comércio e preveem equilíbrio no mercado interno. Entre os indicadores de negócios, os C-Levels apontam para o aumento dos investimentos em RH (36%), marketing (40%), vendas (33%), tecnologia (42%), dados (42%), infraestrutura e operações (38%).


 

Em RH, os maiores investimentos devem ser em treinamento de talentos (56%), contratações estratégicas (49%) e ferramentas e sistemas de gestão (33%). Em marketing, devem receber maior injeção de aportes redes sociais/ marketing digital (67%) e campanhas de comunicação (50%). Nesse campo, vale mencionar a representatividade de ações de branding (47%) e CRM (46%), no radar de quase metade das empresas.

A tradicional receita de investir na capacitação em ‘treinamento e qualificação’ do time será a principal estratégia (58%) de vendas adotada pelos executivos em 2024. Na sequência, temos ‘sistemas de gestão’ (39%) e ‘expansão da equipe de vendas’ (38%). É importante monitorar o uso de ‘ferramentas de IA’ (24%) com uma participação ainda tímida, mas com grande potencial de crescimento no futuro.

Inteligência Artificial é um dos temas do momento, sendo assim o principal destino de investimentos em tecnologia (60%) para 2024. Chama a atenção também a participação de cibersegurança (51%), outro assunto emergente nas conversas entre líderes. O tema talentos, um ponto crítico para área, também foi citado. Assim, 26% das empresas investirão em contratação de talentos e 18% na expansão do time.

Já em dados, os maiores movimentos previstos estão em ferramentas e aplicações de IA (47%), estrutura de dados (47%), big data (33%) e adequação à LGPD.

Além da CDN, a iniciativa Data-Leaders tem como parceiros estratégicos os veículos Mundo do Marketing e Consumidor Moderno, a agência de publicidade Martin Luz, a produtora audiovisual especializada em live stream Cross Host, o centro de estudos em liderança e governança Celint, e a plataforma ominchamenl Yup Chat, além do apoio do portal de dados Data-Crush. Nesta edição, o banco Inter foi o parceiro responsável por realizar as análises macroeconômicas

Metodologia O estudo foi produzido com 216 líderes de negócios, entre CEOs e C-Levels de diferentes segmentos e tamanhos, e foi baseado em pesquisa online quantitativa de autopreenchimento. A seleção de participantes é realizada pelas empresas parceiras da iniciativa, e a análise de dados é trabalhada pela Data-Makers por meio de técnicas estatísticas, como análise descritiva, correlacional e inferencial, para identificar padrões, tendências e associações. Veja o relatório completo em: Link

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