Análise

IPCA-15 deve atingir 0,42% em junho e 4,09% em 12 meses, projeta Warren

Atualizado 25/06/2024 às 12:49:21

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Por Andréa Angelo

A ligeira desaceleração da prévia da inflação entre maio e o número esperado para junho, na variação mensal, de 0,44% para 0,42% pode ser atribuída ao fim do reajuste dos medicamentos (de 4,5% autorizado pela Anvisa para vigorar em maio).

No mesmo sentido, o grupo Transporte, principalmente os itens gasolina e passagem aérea também contribuem para este movimento de desaceleração. Esperamos que passagem aérea mostre alta de 2% após aumento de 6%, e a gasolina de 0,30% vindo de 1,9% no mês anterior.

Por outro lado, os alimentos devem mostrar uma variação de preços de 1%, acima do aumento de 0,22% visto no IPCA-15 de maio. Os vilões deste mês são: arroz, batata, carnes e o leite.

O grupo das carnes, puxado pelas bovinas, deve apresentar a primeira variação positiva desde janeiro deste ano. Já o leite, esperamos que apresente inflação de 3%, refletindo o movimento de aumento acentuado que vimos no atacado.

A prévia de junho traz alguns riscos. O primeiro que vemos é o cinema, que durante este mês identificamos promoções em todo país. Com isso, contamos com queda de 0,5%, porém não excluímos a possibilidade de atingir deflação mais forte, perto de -2% (ou -1 bps de impacto em relação ao que esperamos).

Outro item que pode trazer surpresa é o perfume. Nossa coleta proprietária mostra aumento mais contido que as coletas padrões, se estivermos errados, o efeito pode chegar a 3bps.

Não menos importante, tradicionalmente, o item passagem aérea sempre pode trazer alguma surpresa, ao nosso ver podendo atingir 5% ou 2 bps de impacto. Por fim, o grupo dos alimentos também pode mostrar alta mais forte que esperado. Portanto, vemos risco altista em relação à nossa expectativa.

Em relação a composição qualitativa da inflação, a média dos principais núcleos deverá mostrar pouca novidade do que foi visto no IPCA-15 de maio. E o grupo de serviços subjacentes que poderá apresentar variação de 0,39%, acima do IPCA-15 de maio e muito próxima a do IPCA de maio. E vemos risco altista nesta categoria, principalmente por aluguel.

Já o grupo intensivo em trabalho, deve acelerar para 0,41% vindo de 0,35% na prévia, movimento que deverá persistir divulgação a divulgação até o fechamento do ano, podendo encerrar em 5,7%.

Seguimos com a projeção do IPCA em torno de 4% para 2024 e 2025, porém o balanço de risco é altista para estes períodos.

*Andréa Angelo é estrategista de inflação da Warren Investimentos

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