Análise

Warren: Ata do Copom foi hawkish com possibilidade de elevar Selic

Atualizado 07/08/2024 às 15:54:33

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A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) veio mais “hawkish” (dura), uma vez que os diretores destacaram, de forma unânime, a possibilidade de elevar a taxa Selic para assegurar a convergência da inflação à meta.

Conforme avaliou o estrategista-chefe da Warren, Sérgio Goldenstein, o parágrafo 25 do documento foi o mais importante, pois o BC comenta sobre o cenário marcado por projeções mais alta e maiores risco para a alta da inflação.

“À luz desse acompanhamento, o Comitê avaliará a melhor estratégia: de um lado, se a estratégia de manutenção da taxa de juros por um tempo suficientemente longo levará a inflação à meta no horizonte relevante; de outro lado, o Comitê, unanimemente, reforçou que não hesitará em elevar a taxa de juros para assegurar a convergência da inflação à meta se julgar apropriado”, mostrou a ata do Copom.

Para a Warren Rena, o tom veio mais duro do que o comunicado, reforçando a questão da desancoragem das expectativas de inflação e a desvalorização do dólar frente ao real. Além disso, ainda existe outros fatores de risco, como a questão fiscal, o dinamismo da atividade econômica e o mercado de trabalho apertado.

“Entendemos que um aperto monetário poderá ocorrer caso, em particular, as expectativas e a taxa de câmbio continuem pressionadas por um período mais longo”, destacou Goldenstein, que também colocou a unanimidade do Comitê como um esforço para se ganhar maior credibilidade.

Em relação ao câmbio, a avaliação da Warren é de que o real está passando por um processod e “overshooting”, que deve ser revertido com o fim do desmonte das operações de “carry trade”.

No início deste mês de agosto, a elevação de juros por parte do Banco do Japão (BoJ) provocou forte valorização do iene ante o dólar e o início do desmonte dessas operações.

O BC, segundo a Warren, deve manter Selic no atual patamar de 10,50% nos próximos meses e deve reiniciar o ciclo de corte de juros somente a partir de maio de 2025.

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