Análise

Warren Rena viu ata "neutra" em relação ao comunicado

Atualizado 25/06/2024 às 15:26:11

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Na opinião do estrategista-chefe Sergio Goldenstein, a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) revelou um maior alinhamento entre os membros do Comitê, reiterando, como justificativas para a manutenção da taxa Selic, a ampliação da desancoragem das expectativas, a nova elevação das projeções de inflação, o dinamismo maior do que o esperado da atividade e do mercado de trabalho e o cenário externo adverso.

Pelo lado mais conservador da ata, a Warren Rena cita a elevação da taxa de juros real neutra de 4,5% para 4,75% e o alerta adicional referente aos impactos dos desenvolvimentos recentes da política fiscal sobre a política monetária e também sobre os ativos financeiros.

Já pelo lado mais arrojado, Goldenstein avalia que o fato de a projeção de inflação para 2025 no cenário de referência ter subido apenas 0,1 ponto percentual (de 3,3% para 3,4%), que reduz a amplitude para novas elevações do IPCA nas próximas reuniões. O principal risco seria uma desancoragem adicional das expectativas.

“Nossa avaliação é de que a ata referenda o cenário em que os juros ficarão estáveis ao longo dos próximos meses, com o Copom buscando reverter a piora das expectativas de inflação. Porém, entendemos que a porta não esteja fechada para uma futura retomada do ciclo de relaxamento monetário”, disse Goldenstein.

“Em particular, caso o ambiente externo se torne mais benigno (confirmando-se o início do processo de corte de juros pelo Fed, o que tenderia a contribuir para a apreciação do câmbio), a postura mais dura do Copom contenha o processo de deterioração das expectativas e a percepção sobre os riscos fiscais fique menos negativa”, completou o economista.

A Warren Rena segue esperando uma Selic terminal de 9,5% em 2025, com retomada do processo de queda dos juros no final de 2024, mas o risco é de a pausa ocorrer por um período mais longo caso persistam os temores relativos à credibilidade do BC e/ou a política fiscal.

“Consideramos que a barra é bem alta para um aumento dos juros, tendo em vista que a política monetária está em patamar contracionista, o real tende a se valorizar com o início do ciclo de cortes nos EUA e as projeções com Selic constante mostram inflação em torno da meta”, concluiu.

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