Carta do Gestor

Ibiuna Investimentos: Expansionismo fiscal levou BC a subir juros

Atualizado 02/10/2024 às 13:03:02

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No Brasil, o cenário econômico segue pressionado por decisões políticas. Em setembro, o Banco Central iniciou um ciclo de alta de juros, contrariando a tendência global de cortes. A decisão foi motivada pelo expansionismo fiscal com fins políticos, gerando um aumento nas curvas de juros, desvalorização do real e uma queda relevante na bolsa, que devolveu parte os ganhos de agosto.

Essa situação está atrelada à incerteza sobre a trajetória da dívida pública do país, o que remete ao passado recente em que a política fiscal expansionista forçava o Banco Central a adotar medidas mais rígidas de controle monetário.

A relutância das autoridades fiscais em reconhecer esse quadro, influenciada pelo ciclo eleitoral, tem gerado ainda mais pressão sobre o câmbio e aumentado o prêmio de risco na curva de juros. Isso coloca o Brasil em uma posição desfavorável para se beneficiar das mudanças econômicas globais, como o afrouxamento monetário pelo banco central dos EUA ou os estímulos econômicos da China. Além disso, as fragilidades locais tornam o país mais vulnerável a eventuais ondas de aversão ao risco, o que pode impactar ainda mais os preços dos ativos financeiros.

Cenário Internacional

Em setembro, os mercados globais foram positivamente impactados por dois eventos: o esperado início do ciclo de cortes de juros pelo banco central dos EUA e o anúncio inesperado de estímulos monetários e fiscais pela China.

Esses fatores resultaram em um bom desempenho dos ativos de risco, com a desvalorização do dólar, alta nos preços das commodities (principalmente metálicas) e a queda das curvas de juros ao redor do mundo. A postura mais flexível do Fed permitiu que outros bancos centrais afrouxassem suas políticas monetárias sem o risco de uma depreciação significativa de suas moedas.

No entanto, o futuro dessas tendências dependerá também de eventos políticos e geopolíticos. O foco principal está nas eleições dos EUA, que prometem ser acirradas, com volatilidade adicional nos preços dos ativos, especialmente se houver um alinhamento total entre o Presidente, Senado e Câmara. Além disso, uma possível escalada de conflitos no Oriente Médio poderia desencadear uma nova onda de aversão ao risco global, liderada pela alta no preço do petróleo.

Estratégias de Investimento

Em resposta a esse ambiente econômico e político, as estratégias de investimento têm sido ajustadas. No Brasil, mantém-se posições defensivas em renda fixa, com apostas em juros nominais e inflação implícita, além de operações relativas nas curvas de juros reais e implícitas.

No exterior, a estratégia é focada em países desenvolvidos e emergentes que ainda estão no início de seus ciclos de afrouxamento monetário, com posições aplicadas à expectativa de quedas de juros até o final do ano.

Em moedas, as posições são vendidas no real e no peso mexicano, enquanto na renda variável, a estratégia envolve exposição tática aos índices de ações dos EUA e operações long-short em ações brasileiras. Em commodities, uma posição tática foi aberta em ouro, aproveitando oportunidades de curto prazo.

Assim, a estratégia macroeconômica busca capturar oportunidades no cenário global, mas com uma postura defensiva em relação ao Brasil, que enfrenta desafios internos mais profundos.

Confira a Carta de Gestor da ibiuna Investimentos de setembro de 2024:

*Texto reescrito por Inteligência Artifical

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