Carta do Gestor
Kapitalo: BC não indica estar próximo de uma alta de juros
Em julho, os dados econômicos globais indicaram uma desaceleração, o que levou os principais bancos centrais a considerarem cortes de juros. Nos Estados Unidos, o Federal Reserve manteve as taxas de juros inalteradas, mas sinalizou cortes em setembro, especialmente após dados de inflação mais benignos e uma desaceleração na criação de empregos. A confiança do comitê em iniciar os cortes aumentou, embora os riscos permaneçam.
Na Europa, o crescimento do PIB no segundo trimestre ficou abaixo do esperado, e as pesquisas econômicas apontam para uma recuperação lenta. A inflação, especialmente nos serviços, surpreendeu para cima, sugerindo que o Banco Central Europeu deve continuar com cortes de juros em setembro. A combinação de uma inflação mais firme e riscos negativos à atividade econômica mantém o BCE em alerta.
Na China, o crescimento econômico decepcionou, forçando cortes nas taxas de juros. Apesar dos desafios, as autoridades chinesas se mostraram confiantes em atingir a meta de crescimento de 5% para 2024, focando na implementação de estímulos fiscais.
No Brasil, o governo anunciou bloqueios orçamentários de R$ 15 bilhões, alinhados às expectativas, mas o desafio de alcançar o déficit zero permanece. A economia brasileira demonstrou resiliência, com uma revisão positiva do PIB e forte criação de empregos formais. No entanto, a inflação piorou, especialmente no núcleo de serviços, e as perspectivas para as contas externas se deterioraram, prevendo um déficit maior em 2025.
Este cenário reforça a visão de que os bancos centrais devem continuar vigilantes, equilibrando a necessidade de controlar a inflação com o desafio de sustentar o crescimento econômico, especialmente diante de pressões políticas e econômicas globais.
Veja a Carta do Gestor da Kapitalo Investimentos de julho de 2023: