As bolsas fecharam sem direção única em NY, mas um rali nas ações do setor de tecnologia ajudou a fincar o S&P 500 no azul e a reduzir perdas no Dow Jones. O bom desempenho do Nasdaq, que avançou 1,56%, a 13.497,59 pontos, foi puxado pelos papéis da Nvidia (+8,5%), que apresenta balanço na quarta-feira e tem expectativa de aumento de 65% na receita do segundo trimestre, puxada pelas vendas de chips para equipamentos de inteligência artificial. Tesla (+7,3%) e Moderna (+9,3%) foram outros destaques do pregão. O índice Dow Jones caiu 0,11% (34.464,41), o S&P500 subiu 0,69% (4.399,95).

Uma nova onda de alta nos juros dos Treasuries impediu um desempenho melhor das bolsas americanas. Dados que mostram uma economia resiliente nos EUA têm alimentado a aposta de manutenção dos juros pelo Fed em níveis altos por mais tempo. Neste sentido, há grande expectativa com relação ao discurso de Jerome Powell, em Jackson Hole, na sexta-feira.

Por aqui, o Ibovespa até diminuiu as perdas na hora final, seguindo o exterior, mas alta dos juros futuros, na esteira do avanço dos Treasuries, pesou sobre as ações ligadas ao consumo doméstico, mais sensíveis ao crédito caro. O índice fechou em baixa de 0,85%, aos 114.429,35 pontos, mas o volume financeiro do pregão ficou abaixo da média (R$ 24 bilhões), com apenas R$ 19,4 bilhões.

O dólar à vista voltou a subir (+0,22%, a R$ 4,9787), mas respeitou o teto dos R$ 5, apesar do clima de incertezas no mercado externo em relação à economia da China e aos próximos passos do Fed. Embora o BC da China tenha cortado os juros de curto prazo no fim de semana, a medida foi considerada insuficiente para estimular a economia local, pressionando as commodities e as moedas de países produtores, como o real. Além disso, investidores seguem cautelosos em relação à política monetária americana e esperam que o presidente do Fed, Jerome Powell, traga alguma sinalização nova em seu discurso no Simpósio de Jackson Hole, na sexta-feira. (Téo Takar e Ana Conceição)