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Ata do Fed pesa sobre os mercados ao deixar porta aberta para mais altas de juros nos EUA

Atualizado 16/08/2023 às 18:21:52

A Ata da última reunião de política monetária do Fed, o banco central americano, determinou o rumo dos mercados no fechamento desta quarta-feira. O documento mostrou que os dirigentes do Fed mantiveram a porta aberta para mais aumentos de juros, diante de riscos “significativos” de alta na inflação dos EUA.

A mensagem dura elevou as taxas dos Treasuries, com o juro da T-note de 2 anos quase batendo em 5% e os mais longos nos maiores níveis desde outubro passado. Os juros futuros acompanharam o movimento externo e também fecharam em alta moderada.

As bolsas de Wall Street sentiram o impacto da Ata, uma vez que juros mais altos tiram a atratividade da renda variável. Embora o mercado siga apostando na manutenção dos juros na próxima reunião do Fed, em setembro, a Ata trouxe maior cautela nos investimentos em bolsa a médio e longo prazo. O índice Dow Jones caiu 0,52%, aos 34.765,74 pontos. O S&P500 recuou 0,76%, aos 4.404,33 pontos. E o Nasdaq perdeu 1,15%, aos 13.474,63 pontos.

O Ibovespa bem que tentou uma recuperação, mas cedeu à pressão externa no meio da tarde e registrou a 12ª sessão seguida no vermelho, em queda de 0,50%, aos 115.591,52 pontos. Trata-se da maior sequência negativa registrada na história do índice, criado em 1968. O volume financeiro da bolsa brasileira somou R$ 48,8 bilhões, inflado pelo exercício de opções sobre o índice e pelo vencimento do Ibovespa Futuro de agosto.

O dólar chegou a cair após a melhora do ambiente político em Brasília, com investidores embolsando ganhos no câmbio depois da moeda subir por três dias seguidos e acumular alta de mais de 5% em agosto. O mal-estar provocado por declarações do ministro Fernando Haddad no começo da semana foi superado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira, que sinalizou ontem à noite que finalmente colocará o arcabouço fiscal em votação final na próxima semana. Porém, a piora do ambiente no exterior após a Ata do Fed fez o dólar à vista zerar a baixa registrada mais cedo, fechando praticamente estável (-0,01%), a R$ 4,9864. (Téo Takar e Ana Conceição)

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