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BDM Express
Pesa ainda no mercado externo a indicação de que o aperto dos juros não está concluído. Em NY, indicadores positivos da atividade animaram os investidores a uma corrida para o risco, na aposta que a economia dos Estados Unidos resistirá à mão pesada do Fomc, mas as incertezas atingiram o petróleo, impedindo que os ativos domésticos embarcassem na euforia, mesmo depois de a ata do Copom ter desatado o nó da Selic, sinalizando o primeiro corte em agosto.
Hoje, os grandes BCs estão no foco, com o painel do Fórum de Sintra, em Portugal, que reúne Powell (Fed), Christine Lagarde (BCE), Andrew Bailey (BoE) e Kazuo Ueda (BoJ).
Aqui, o Copom, finalmente, formou maioria para a inflexão da política monetária, abrindo a “divergência” dos falcões que contaminou o comunicado. O mistério foi desvendado pelo parágrafo 19 da ata, que revelou a existência de dois grupos no Comitê: um deles, mais cauteloso, e que defende maior ancoragem das expectativas longas, e outro grupo, que já vê como possível um corte do juro em agosto.
A taxa Selic só não cairá em agosto se “a evolução da dinâmica inflacionária, das expectativas de longo prazo e do balanço de riscos” sofrer um revés. Neste ponto, acrescenta a ata, os membros do Comitê concordaram de forma unânime. Mas um revés do cenário de inflação é uma possibilidade improvável. Tanto que a curva a termo de juros fechou o dia projetando 100% de chance de uma queda no próximo Copom: 72% em um corte de 25pb e 28% em um corte de 50pb.
Nova pesquisa Broadcast realizada com 28 instituições após a ata mostra que a ampla maioria dos economistas de mercado (82%) recuperou a aposta do primeiro corte em agosto, contra uma minoria (18%) que ainda espera a queda em setembro.
Para alguns economistas, o principal risco para esse cenário de inflexão é a reunião do CMN de amanhã (5ªF). Prova de que uma surpresa, ou um aumento da meta de 3%, não é considerado pelo mercado, mas apenas uma dissociação com o ano-calendário e adoção da meta contínua, é que ninguém esperou o CMN para antecipar suas revisões ao Copom de agosto.
REFORMA TRIBUTÁRIA – O deputado Reginaldo Lopes (PT) disse que será possível construir o apoio necessário para aprovar o texto com mais de 400 votos. A PEC precisa de 308 votos. Ele previu a votação na próxima semana, como quer Arthur Lira, ou, “no mais tardar”, na segunda semana de julho. Também o projeto do arcabouço fiscal, modificado no Senado, deverá ser votado pela Câmara na próxima semana.
AGENDA – Saem aqui o crédito em maio do BC (8h30), relatório mensal da dívida (14h30), que o Tesouro comenta às 15h, e fluxo cambial (14h30). Lula e Haddad participam do lançamento do Plano Safra da Agricultura Familiar (10h. Às 16h, o secretário extraordinário da Reforma Tributária, Bernard Appy, participa de live da Bradesco Asset.
LÁ FORA – O painel de Powell, Christine Lagarde, Andrew Bailey e Kazuo Ueda no fórum em Sintra (Portugal) será às 10h30. Os estoques de petróleo do DoE saem às 11h30 e têm previsão de queda de 1,8 milhão de barris. No final da tarde (17h30), o Fed divulga os resultados anuais do teste de estresse bancário.
CHINA HOJE – O lucro das empresas industriais nos primeiros cinco meses do ano teve queda anualizada de 18,8%. O indicador econômico fraco reforça a aposta do mercado financeiro por mais estímulos pelo governo de Pequim.
O BDM Express é uma versão resumida em dez parágrafos do BDM Morning Call, ideal para ser distribuído aos clientes de sua empresa à primeira hora do dia.