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BDM Express: A escalada dos yelds americanos
Vendas no varejo no Reino Unido e CPI na zona do euro são os únicos indicadores na agenda dos mercados internacionais. Apesar da agenda esvaziada, no exterior e aqui, o clima é pesado, com a crescente pressão dos Treasuries assustando os investidores. O yield de 10 anos, que é referência global, atingiu o nível da crise do subprime em 2007 (4,326%).
Esse impacto não seria apenas resultado da percepção de que os juros nos EUA poderão subir mais ou ficarem elevados por mais tempo para conter a força da economia e os riscos de inflação. Mas porque o governo, com o déficit muito alto, está sendo obrigado a emitir dívida, enquanto o Fed não tem encontrado demanda suficiente para reverter o excesso de títulos que acumulou no balanço.
Em painel do BTG Pactual, ontem, André Esteves comentou que “estamos vivendo momento curioso e incomum”, que as taxas futuras deveriam estar caindo. “O juro americano é a base do custo financeiro global e, se começa a ir mal, vai afetar aqui”.
Junto com a desaceleração na China, as novas incertezas nos Estados Unidos impuseram ao Ibovespa o recorde histórico de 13 quedas sucessivas, enquanto a curva dos juros ganhou inclinação e o dólar ameaça romper os R$ 5. Nesse contexto adverso, as preocupações fiscais ressurgem, ainda que em horizonte mais largo.
No primeiro dia de reuniões com diretores do BC, economistas do Rio trataram das dificuldades de arrecadação à luz do cenário externo mais desafiador. Um participante disse ao jornalista Francisco de Assis (Broadcast) que um juro mais elevado (ou por mais tempo) nos EUA vai pressionar os juros longos e o câmbio no Brasil.
Pressionado pela necessidade de elevar a receita em R$ 130 bilhões, Fernando Haddad disse aliviado que “está tudo resolvido” entre Lula e Lira, referindo-se à a minirreforma ministerial. Lira também deu sinais de distensão, afirmando que “não houve estremecimento e não haverá nenhum tipo de rusga”.
ARCABOUÇO – A votação para validar (ou não) as modificações feitas pelo Senado, deverá ocorrer na Câmara na próxima 3ªF (22). Para o relator Cláudio Cajado, o texto aprovado pelo Senado não é “tecnicamente sustentável”. Ele defendeu manter seu relatório, mas disse que, “se os líderes quiserem mudar, não vou criar cavalo de batalha”.
FERVENDO – Após depoimento do hacker à CPI veio a maior bomba na capa da revista Veja. Mauro Cid confessará à Justiça que vendeu joias recebidas por Bolsonaro, transferiu o dinheiro para o Brasil e entregou os valores em espécie para ele. Quase simultaneamente, Alexandre de Moraes (STF) autorizou a quebra dos sigilos de Bolsonaro e Michelle.
MAIS AGENDA – Campos Neto profere palestra hoje no Fórum Brasileiro de Inteligência Artificial, em São Paulo. O evento, promovido pela Fundação Milton Campos, ocorre entre 9h30 e 12h e é aberto à imprensa. Já os diretores do BC Fernanda Guardado, Diogo Guillen, Gabriel Galípolo e Ailton Aquino participam de reuniões com economistas de São Paulo. Às 11h, Lula participa da cerimônia de posse do novo presidente do IBGE, Márcio Pochmann, na sede do Planejamento.
LÁ FORA – O CPI da zona do euro sai às 6h e as vendas no varejo do Reino Unido em julho, às 3h. Nos EUA, saem os dados de petróleo da Baker Hughes (14h).
O BDM Express é a versão resumida do BDM Morning Call, referência da pré-abertura do mercado financeiro há 20 anos. Conheça todos os produtos do Bom Dia Mercado