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BDM Express: Arcabouço, China e Jackson Hole movem a semana
Em mais uma medida para combater a fragilidade da recuperação econômica, a China voltou a reduzir hoje a taxa de referência (LPR) de um ano, de 3,55% para 3,45%, na mesma magnitude de junho. O juro de cinco anos foi mantido em 4,2%. Nos EUA, investidores entram em contagem regressiva para o simpósio de Jackson Hole, quando Powell (6ªF) poderá dar sinais mais assertivos sobre a política do Fed.
Aqui, causa preocupação o atraso na agenda econômica no Congresso. A indefinição da reforma ministerial pode ameaçar a votação do arcabouço fiscal. A votação na Câmara estava prevista para amanhã (3ªF), mas Lula viajou para a cúpula dos BRICS sem definir os cargos para os parlamentares do Centrão. Hoje à noite, Lira reúne líderes para discutir a pauta.
Haddad acompanha Lula a Johanesburgo e sua ausência preocupa a equipe econômica, que teme pela possibilidade de a área política continuar “esticando a corda”, como apurou Célia Froufe (AE). Uma fonte da Fazenda comentou à jornalista que a viagem de Haddad surpreendeu. A expectativa era que o ministro só viajasse para o G-20.
Se Lula adiar o anúncio da reforma ministerial para a volta da viagem, dia 28, o prazo ficará apertado para o planejamento do Orçamento de 2024, que deve ser enviado ao Congresso Nacional até o fim do mês. O relator Cláudio Cajado sinalizou que a votação do arcabouço pode ser adiada.
No Senado, Pacheco pretende votar esta semana a MP do salário mínimo e a correção da tabela do IR. Na CAE, está marcada para amanhã (3ªF) a leitura do relatório do projeto do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).
VIROU A MARÉ – No Estadão (domingo), Haddad corre o risco de ver a maré positiva virar com as dificuldades para aprovar as medidas tributárias. O cenário complicou com a demora da reforma ministerial. A base frágil do governo Lula não ganhou corpo nem mesmo com o recorde de emendas liberadas em julho.
IPCA-15 – Parte do reajuste pesado promovido pela Petrobras nos combustíveis semana passada já deve aparecer na prévia do IPCA-15 de agosto (6ªF), principal indicador da semana. O mercado esvazia a esperança de um corte mais agressivo da Selic (0,75 pp) e consolida apostas de mais uma dose de meio ponto em setembro, após Campos Neto ter dito que a “luta contra a inflação não está ganha”.
Ainda do lado da inflação, saem as prévias do IPC-S (4ªF) e do IPC-Fipe (6ªF). O câmbio, com o dólar flertando neste momento com a marca dos R$ 5, terá para conferir os dados de julho das transações correntes e IDP (6ªF).
JACKSON HOLE – A participação de Powell no importante simpósio do Fed, na 6ªF, ganha importância e atenção redobrada, diante da escalada recente dos rendimentos dos Treasuries às máximas em mais de uma década. O discurso do presidente do Fed vem também depois do tom mais hawkish sinalizado pela ata do Fomc, na semana passada. O evento de Jackson Hole começará na 5ªF e vai até o sábado.
MAIS AGENDA – Destaque para a leitura preliminar de agosto do PMI composto nos EUA, na zona do euro, Reino Unido e Alemanha, todos na 4ªF. O BC da Turquia decide juro na 5ªF. Na China, a decisão do PBoC de reduzir a taxa de referência (LPR) de 1 ano, no segundo corte em dois meses, deve ter impacto tímido nas expectativas, diante das dúvidas sobre a capacidade de Pequim reanimar a economia.
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