Inflação no Reino Unido e PIB na zona do euro ajudam a projetar os próximos passos do BoE e BCE, enquanto nos EUA a ata do último Fomc (15h) pode trazer indicações para o juro. Pela manhã (10h15), a produção industrial é importante para medir a força da economia americana e as chances de um novo aumento pelo Fed. Aqui, a agenda é fraca, com os mercados a reboque do cenário externo mais desafiador, incluindo as dificuldades na China.

Internamente, o investidor mantém sua atenção no ambiente político, repentinamente pior, após o estranhamento entre Lira e Haddad. O arcabouço já tem data para ser votado (dia 22). Mas há outros projetos sem consenso, como a desoneração da folha para 17 setores e a taxação de offshore.

Lira voltou a criticar as declarações do ministro dizendo que não quer acirramento dos ânimos, mas que o posicionamento em relação a Haddad foi “necessário”. O troco pode vir em outras frentes importantes para a Fazenda, como a votação do projeto de desoneração da folha. Ele articula um pedido de urgência que levaria a matéria diretamente ao plenário.

Outro projeto que tem a resistência de Lira é a tributação de offshores e rendimentos no exterior, incluída na MP que trata do salário mínimo, o que causou contrariedade em lideranças partidárias, não só na Câmara, mas também no Senado.

Nesta 3ªF, Haddad foi ao Congresso para tentar ganhar o apoio de Pacheco para a matéria, que, segundo ele, foi decidida como compensação para aumentar o salário mínimo e atualizar a tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física.

PETROBRAS – No Estadão, reportagem sobre o acordo que Haddad negocia com Prates para que a Petrobras pague à União ao menos R$ 30 bilhões para encerrar litígios com a Receita. Apesar de ser desmentido pela estatal, as negociações existem e o acordo seria a principal fonte de arrecadação que o governo conta para atingir a meta de zerar o rombo das contas públicas em 2024.

MINIRREFORMA – Nos bastidores, lideranças políticas continuam citando a demora de Lula para anunciar os novos ministros do Republicanos e do PP para o descontentamento dos aliados. Lira negou que tenha uma conversa marcada com o presidente.

APAGÃO DO BOM SENSO – A falta de informação sobre os cortes de energia em 25 Estados e no DF e a abordagem política do apagão, inclusive na entrevista do ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, foram desconcertantes para o investidor. No meio da tarde, Silveira convocou coletiva sem ter absolutamente nada de concreto para dizer.

MAIS AGENDA – Campos Neto volta a falar hoje, em palestra no 35º Congresso Nacional da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), em Brasília, às 9h40. A prévia do IPC-S sai às 8h e o fluxo cambial semanal, às 14h30.

LÁ FORA – O dia começa com a inflação de julho no Reino Unido (3h) e depois vêm o PIB/2Tri e a produção industrial de junho na zona do euro. Nos EUA, antes da ata, saem as construções de moradias iniciadas em julho (9h30). Os estoques de petróleo do DoE (11h30) têm previsão de queda de 1,7 milhão de barris.

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