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BDM Express: BoJ não muda política ultra-acomodatícia
O iene registrava perdas nesta madrugada, após o BoJ frustrar as expectativas de que começaria a sinalizar uma mudança em sua política ultra-acomodatícia para controlar a desvalorização do câmbio. A taxa de juro foi mantida negativa em -0,10% e não houve ajuste no controle da curva de rendimentos (YCC), que estabelece o retorno do bônus do governo japonês (JGB) de 10 anos entre -0,5% e 0,5%. A decisão ocorre em meio ao aperto global dos BCs, que o mercado está chamando de higher for longer, juros mais altos por mais tempo, no desafio de controlar a inflação.
Nesta 5ªF, NY reagiu ao duro recado do Fed, enquanto aqui a aversão ao risco se espalhou, ampliada pela mensagem de cautela do Copom e dificuldade para o cumprimento das metas fiscais. O dado da arrecadação federal de agosto, com queda de 4,14% em termos reais sobre agosto/22 e 14,6% sobre julho, acentuou as preocupações, embora o valor (R$ 172,785 bilhões) tenha ficado em linha com as estimativas dos economistas.
Segundo Claudemir Malaquias (Receita), a queda neste ano está relacionada ao desempenho do setor de commodities e dos recolhimentos atípicos que ocorreram em 2022. No Broadcast, Tiago Sbardelotto (XP) disse que a queda nos preços das commodities e a desaceleração da economia afetam os impostos sobre lucros e sobre importação.
Segundo apurou o Valor, a menção ao fiscal no comunicado do Copom foi bem recebida pela equipe econômica. “Se o BC está dizendo que é importante perseguir o que estamos perseguindo (déficit zero), é ótimo. O BC está aliado”, disse uma fonte. Fernando Haddad concordou que perseguir a meta é “importante porque demonstra a seriedade do País com as contas públicas”.
Haddad também voltou a apontar a necessidade de apoio do Congresso para o cumprimento das metas fiscais, no sentido de evitar a aprovação de novas despesas e desonerações, em referência à pauta-bomba dos parlamentares de R$ 88,5 bilhões.
CARF – Em entrevista para o Estadão, o presidente do Carf, Carlos Higino Ribeiro de Alencar, afirmou que a previsão de arrecadação de R$ 54,7 bilhões do governo com julgamentos no órgão no próximo ano será obtida “com tranquilidade”.
PETROBRAS EM ALERTA – A proibição temporária às vendas de diesel e gasolina decidida pelo governo da Rússia é uma tentativa de estabilizar os preços dos combustíveis no mercado interno, em meio a uma escassez observada no país. A Rússia é o maior exportador mundial de diesel; os preços devem ser afetados, num momento em que os estoques globais já estão em níveis baixos.
MARCO TEMPORAL – O presidente da Frente Parlamentar Agropecuária, deputado Pedro Lupion (PP-PR), reagiu com indignação ao resultado do julgamento do STF, que derrubou a jurisprudência do marco temporal. “O que o STF fez é criar uma barbárie no campo. Insegurança jurídica total, sem previsão de indenização, sem garantia para os produtores”, afirmou, prometendo virar o jogo no Senado, onde o tema também está sendo tratado.
AGENDA – Ministério do Planejamento divulga (14h30) o relatório de receitas e despesas do 4º bimestre. Lá fora, a leitura preliminar de setembro do PMI/S&P Global composto é destaque hoje nos EUA (10h45), zona do euro (5h), Alemanha (4h30) e Reino Unido (5h30), onde saem ainda as vendas no varejo em agosto (3h). Às 14h, sai o dado da Baker Hughes de poços e plataformas de petróleo em operação.
MAIS JAPÃO – O PMI/S&P Global composto caiu de 52,6 em agosto para 51,8 em setembro, segundo pesquisa preliminar. Apesar da queda, o dado seguiu acima do patamar neutro de 50, indicando expansão da atividade. Já o PMI industrial cedeu de 48,9 para 48,6 no mesmo período. Já o indicador de serviços registrou queda de 54,3 para 53,3 na mesma comparação.
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