É grande a expectativa para a reabertura dos Treasuries em NY, que ficaram fechados no feriado de Columbus Day e hoje devem reagir à guerra que estourou em Israel no fim de semana. Já no pregão asiático, os títulos do Tesouro saltavam aos maiores preços desde março, com uma corrida dos investidores para ativos seguros, após a liquidação das últimas semanas que empurrou os rendimentos a novas máximas em várias décadas. Agora, com a demanda defensiva acentuada, o resultado é a queda forte dos yields.

A intensidade desse movimento tende a gerar novas ondas de volatilidade junto com as notícias da Faixa de Gaza, embora o mercado tenha repercutido a eclosão dos conflitos entre Israel e o Hamas com surpreendente calma, nesta 2ªF.

Duas falas quase simultâneas, uma do vice-presidente do Fed, Phillip Jefferson, e outra de um representante do Hamas à TV Al Jazeera, levaram a uma virada súbita dos mercados em NY e aqui no Brasil, zerando as perdas e buscando ganhos.

Jefferson sinalizou que o Fed poderia não subir mais o juro e o Hamas disse que estaria disposto a negociar com Israel, o que surgiu como um sinal de fragilidade e ajudou o investidor a acreditar que os conflitos devem ter impacto limitado e não envolver o Irã.

O petróleo foi o ativo mais atingido e manteve alta de 4% até o final dos negócios, com o Brent/dezembro a US$ 88,15/barril.

O risco de o conflito se arrastar aumenta a chance de futuras sanções contra o Irã, importante produtor de petróleo e um dos principais apoiadores do Hamas. Além disso, o Estreito de Ormuz, perto da zona de conflito, escoa 20% da produção global de petróleo.

Em resposta ao apelo de trégua do Hamas, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que vai atacar “com forças nunca vistas antes”. Até que se passem alguns dias e o quadro geopolítico fique mais claro, os mercados serão conduzidos pelos sinais da guerra.

AGENDA – É esvaziada no Brasil e lá fora, com a reunião anual do FMI e do Banco Mundial em Marrakesh (Marrocos) movimentando o noticiário desde a primeira hora, quando serão atualizadas as projeções econômicas globais. Christine Lagarde (BCE) discursa às 9h e o presidente do BC, Campos Neto, faz palestra no Emerging Markets Forum (13h), às margens do encontro.

O único indicador nos EUA, os estoques no atacado em agosto, será divulgado às 11h. Mais quatro Fed boys têm a chance hoje de confirmar ou não as indicações dovish de Jefferson. Antes da abertura, a Pepsi Co. abre a temporada de balanço do 3Tri em NY.

Aqui, antes de embarcar para Marrakesh, Haddad participa de evento no Sesc Paulista. Entre os indicadores, saem as primeiras prévias do IPC-Fipe (5h) e IGP-M (8h), dados regionais da produção industrial de agosto (9h) e o fluxo nas estradas pedagiadas em setembro (10h).

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