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BDM Express: FOMC e COPOM não devem responder dúvidas
Dados da inflação na zona do euro abrem o dia, sem muita chance de mudar a sinalização de fim do ciclo de aperto do BCE, que avalia elevar o compulsório bancário para drenar a liquidez. No final da noite (22h15), a expectativa é de manutenção da taxa de referência (LPR) de um e cinco anos da China, enquanto Fed e Copom amanhã concentram o maior suspense.
Aqui, uma queda de 50pbs da Selic está dada, assim como nos EUA a aposta unânime é de uma pausa. Nos dois casos, o investidor espera pelos comunicados para projetar os próximos passos. A dúvida é se haverá mais um aumento do juro americano e se o nosso BC poderá acelerar o ritmo do corte para 75pbs. O mais provável, porém, é que essas questões fiquem sem resposta.
O Fed deve manter a mensagem de que os próximos passos vão depender dos indicadores, deixando em aberto a possibilidade de um ajuste adicional este ano. A escalada do petróleo também adiciona dúvidas sobre as chances de o Copom acelerar o corte no final do ano, como muitos já acreditam no mercado. Essa pressão deve aparecer no comunicado e na ata, com elevação das projeções para o IPCA.
Economistas consultados pelo Broadcast acreditam que o BC pode aumentar a estimativa para a inflação deste ano em até 0,30pp, destacando o salto do Brent desde a última reunião (2/8), de US$ 83/barril para US$ 94/barril. Também o dólar subiu nesse período de sete semanas, de R$ 4,75 para R$ 4,90, com depreciação expressiva do câmbio.
AGENDA VERDE – O presidente Lula discursará hoje (10h) na abertura da Assembleia-Geral da ONU, um dia depois do lançamento dos green bonds, na Bolsa de NY, com os quais o Brasil pretende captar cerca de US$ 2 bilhões (R$ 9,73 bilhões). Segundo Fernando Haddad, a emissão teve uma “extraordinária” recepção dos investidores estrangeiros.
Haddad, que estará no encontro de Lula com Biden, amanhã, disse que pretende apresentar ao presidente americano proposta para que o Brasil e os Estados Unidos tenham negociações bilaterais com “um status privilegiado”. O ministro quer encaixar o País no projeto bilionário de agenda verde do governo americano, o Inflation Reduction Act (IRA).
MAIS HADDAD – Em palestra na Universidade de Columbia (NY), o ministro Fernando Haddad afirmou que o Brasil tem o desafio de zerar o déficit primário nos próximos anos “o quanto antes”, mas que colocar as contas no azul será “inevitável”. Haddad insistiu que entregar resultados fiscais depende de todos os atores, do Executivo, do Congresso e até do Judiciário.
SÓ BOMBA – Enquanto aumenta a cobrança do investidor para corte de gastos e maior responsabilidade fiscal, na manchete do Estadão, o governo avalia reajustar os servidores com parte de receita extra em 2024. A ministra Esther Dweck (Gestão) disse que, caso a receita do próximo ano cresça mais do que o previsto no Orçamento, parte da verba adicional deverá ser utilizada para reajustar o salário do funcionalismo federal.
MAIS AGENDA – O impulso positivo do volume de serviços de julho sobre o IBC-Br (9h) deve manter o indicador em terreno positivo (+0,35%). Na base anualizada, o crescimento do “PIB do BC” deve desacelerar a 0,75%, contra a alta de 2,1% registrada em junho. À primeira hora do dia (5h), sai a segunda prévia do mês da inflação paulistana medida pelo IPC-Fipe.
LÁ FORA – O dia começa com a leitura final de agosto da inflação ao consumidor (CPI) da zona do euro (6h). Nos EUA, as construções de moradias iniciadas em agosto (9h30) têm previsão de queda de 0,8% contra julho.
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