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BDM Express: Inflação domina semana aqui e lá fora
A semana começa com a notícia de inflação fraca na China, em mais um sinal de dificuldade de retomada econômica. A inflação também é o assunto da semana aqui e nos EUA. O IPCA de junho, que sai amanhã, vai capturar o efeito do corte nos preços dos combustíveis anunciado na metade de junho, mas ainda não refletirá o novo alívio na gasolina promovido pela Petrobras. Mesmo assim, pela primeira vez em dez meses, o índice oficial deve registrar deflação, de 0,10% na mediana de pesquisa Broadcast.
Nos EUA, a temporada dos balanços começa com os grandes bancos, testa a força das bolsas em NY e divide as atenções com a inflação de junho e o Livro Bege (4ªF). O CPI (4ªF) e PPI (5ªF) prometem calibrar as apostas para o Fed. A alta do juro este mês está dada, mas apertos adicionais são dúvida.
Os dados do payroll, divulgados na última 6ªF, esvaziaram o medo de um ciclo de aperto monetário mais agressivo e elevaram de 67% para 70% as chances na ferramenta do CME de juro estável em setembro. O relatório apontou criação de 209 mil vagas em junho, abaixo do consenso de 225 mil e de maio (+306 mil). A taxa de desemprego caiu de 3,7% para 3,6% no período. O salário médio/h subiu 0,4%.
NY continuará vivendo dos indicadores para precificar a extensão do ciclo do Fed. Além do debate do juro, os balanços devem vir fracos. Os analistas esperam que as empresas do S&P 500 reportem a terceira queda consecutiva nos lucros trimestrais. Citigroup, JPMorgan e Wells Fargo abrem a temporada, todos na 6ªF.
MAIS AGENDA – Ainda nos EUA, continuarão sendo monitorados os discursos dos Fed boys. Hoje falam Michael Barr (11h), Mary Daly, Loretta Mester e Raphael Bostic (12h). No Reino Unido, Andrew Bailey discursa às 16h. de serviços. Os BCs do Canadá (4ªF) e do Peru (5ªF) divulgam as suas decisões de política monetária esta semana.
PETRÓLEO – AIE (4ªF) e Opep (5ªF) soltam seus relatórios mensais. NY já estava fechada na 6ªF, quando o DoE anunciou a compra de 6 milhões de barris entre outubro e novembro para recompor as reservas estratégicas.
CHINA – A inflação ao consumidor (CPI) ficou estável em junho e contrariou a previsão de +0,2% na base anualizada. Os preços ao produtor (PPI) recuaram 5,4%; a estimativa era de queda menos intensa, de 5%. A balança comercial chinesa de junho sai na virada de 4ªF para 5ªF. O fôlego da atividade econômica será medido na noite do próximo domingo pelos resultados do PIB/2Tri, produção industrial e vendas no varejo.
Após reuniões nos últimos dias com líderes chineses, a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, disse que houve progressos nos laços e desmentiu que o governo americano estaria tentando se dissociar de Pequim.
AQUI – Antes do IPCA, saem as primeiras prévias da inflação de julho do IPC-S (hoje, às 8h) e do IPC-Fipe (amanhã). Do lado da atividade, vêm o volume de serviços (4ªF) e as vendas no varejo em maio, na 6ªF.
A deflação do IPCA esperada para esta semana pega o mercado com apostas consolidadas no corte da Selic em agosto. O Bradesco reduziu a projeção de juro no ano (12,25% para 12,0%) e em 2024 (10,0% para 9,75%). O banco incorporou em seu cenário o real apreciado e a manutenção das metas de inflação pelo CMN.
O BDM Express é uma versão resumida em dez parágrafos do BDM Morning Call, ideal para ser distribuído aos clientes de sua empresa à primeira hora do dia.