O PCE de setembro nos Estados Unidos hoje (9h30) é importante para confirmar a tendência de desaceleração do núcleo da inflação no 3Tri, de 3,7% para 2,4%, que serviu de alívio para o forte crescimento do PIB no período (4,9%), acima do esperado e mais que o dobro registrado no 2Tri. O mercado recebeu os números consolidando as apostas de que o Fed não tem (ainda) motivo para subir o juro, apesar da força da economia americana.

Ainda nesta 6ªF, sai o sentimento do consumidor de Michigan, com as expectativas de inflação (11h), enquanto as altas de Intel e Amazon no after hours prometem um dia melhor para as bolsas em NY. Já os ADRs de Vale, que divulgou seu balanço ontem à noite, e de Petrobras, com o relatório de produção, tiveram oscilações modestas, que não antecipam muita coisa.

Depois de Vale subir 2,1% na B3, com o anúncio da distribuição de US$ 2 bilhões em dividendos extraordinários, os recibos da empresa fecharam o after em NY com baixa de 0,23%, mesmo com o lucro 5% acima da média dos especialistas. A mineradora reportou lucro líquido aos acionistas de US$ 2,836 bilhões no 3Tri. O Ebitda ajustado foi de US$ 4,177 bilhões no período, alta de 7,8% na comparação com o 2Tri. Mas as projeções indicavam um resultado 11% maior do que o que veio.

Também Petrobras surpreendeu com números melhores de produção e vendas no relatório do 3Tri. No after hours, o ADR subiu 0,58%. A produção total da petroleira atingiu 2,87 milhões de barris diários, alta de 8,8% ante o 3Tri/22, tendo o pré-sal contribuído com 78% desse volume. Já o gás natural teve queda de 11% nas vendas.

Se hoje o PCE nos Estados Unidos confirmar a desaceleração esperada, os ativos domésticos podem ir em frente. O consenso é de alta do núcleo da inflação (mais visto) para 0,3% em setembro, de 0,1% em agosto, mas de recuo na base anual, de 3,9% para 3,7%. Já o índice cheio deve desacelerar para 0,3%, contra 0,4 em agosto, e para 3,4% (de 3,5%) na base anual.

SUBVENÇÃO DO ICMS – A prioridade da equipe econômica é aprovar o projeto que regulamenta as subvenções estaduais na base de cálculo de tributos federais, disse Dario Durigan ao Estadão. O secretário executivo da Fazenda afirmou, se o texto não for aprovado neste ano, a base de arrecadação em 2024 será reduzida em até R$ 200 bilhões, uma perda de receita de R$ 70 bilhões que inviabilizará a meta de zerar o déficit fiscal.

Durigan alertou que a proposta precisa ser aprovada este ano para começar a valer já em 1º de janeiro de 2024, respeitando o princípio da anualidade. Lira já definiu o texto como prioridade da Câmara e iniciará as tratativas com os líderes na próxima semana.

MAIS AGENDA – O mercado projeta um superávit primário de R$ 10,545 bilhões (mediana no Broadcast) para as contas do governo central em setembro, que serão divulgadas às 9h30. O café da manhã de Lula com jornalistas foi adiado para hoje (11h), aniversário do presidente. Campos Neto se reúne com o sindicato de funcionários do BC, que ameaça greve em novembro. O único balanço doméstico previsto para esta 6ªF é o da Usiminas, antes da abertura dos mercados.

LÁ FORA – As petroleiras Chevron e ExxonMobil divulgam resultados trimestrais pela manhã. Ainda nos EUA, Michael Barr (Fed) fala às 10h e a Baker Hughes divulga os poços de petróleo em operação às 14h. Logo cedo (7h30), o BC da Rússia anuncia sua decisão para o juro. Na noite de ontem, o BC do Chile cortou o juro básico em 50pb, para 9%, com placar unânime.

AFTER MARKET – Na festa das duas big techs na noite de ontem, Intel saltou 7,66% e Amazon, +5,34%, após o resultado do 3Tri responder ao aumento das vendas em suas unidades de varejo e computação em nuvem.

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