Após o CPI de julho ter elevado a 90% as apostas na pausa do aperto do juro nos EUA, em setembro, sai hoje o PPI (9h30), que deve mostrar leve alta na margem, mas sem grande impacto, já que o investidor transferiu o seu interesse para os próximos números do mercado de trabalho, que dirão se o Fed encerrou ou não o ciclo de alta. Ainda na agenda em NY, tem o sentimento do consumidor de Michigan e, na França, à primeira hora, o relatório de petróleo da AIE. Na China, pode ser importante uma reunião com incorporadoras e bancos para discutir a crise imobiliária.

Já aqui, o IPCA de julho (9h) pode definir o ritmo de quedas da Selic. Atenção especial para a inflação de serviços, condicionante da “pouco provável” intensificação do afrouxamento. Pesquisa Broadcast apontou a mediana de +0,06% para o IPCA, na margem (de -0,08% em junho), com a inflação em 12 meses subindo para 3,93% (de 3,16% até junho). A média dos núcleos de inflação deve desacelerar a 0,18% (de 0,20% em junho).

É esperado arrefecimento para serviços (de 0,62% para 0,33%), para serviços subjacentes (de 0,67% para 0,31%), para preços livres (-0,13% para -0,03%), alimentação no domicílio (-1,07% para -0,75%) e bens industriais (-0,58% para -0,10%). Só preços administrados (0,06% para 0,38%) devem acelerar, com a reoneração de impostos federais sobre gasolina e etanol.

Confirmados, os dados tendem a sustentar as apostas em um corte maior da Selic em setembro, de 75pb, projetadas em cerca de 30%, ou reforçar as expectativas de uma taxa terminal mais baixa, com a aceleração das quedas no fim do ano.

Nesta 5ªF, em audiência no Senado, RCN disse que o BC pode chegar à “menor taxa de juros possível”, que a intenção é fazer “uma queda de juros estruturada”. Nada diferente em relação à inclinação dovish que parece prevalecer no novo Copom.

No meio da tarde, uma virada de humor em NY, com o esgotamento do efeito positivo do CPI, desanimou os ativos domésticos, que refletiram também as notícias de que parte das despesas dos precatórios podem ser excluídas da regra fiscal.

NOVO PAC – Presidente Lula lança hoje no Rio o novo PAC (às 10h) com investimentos de R$ 60 bilhões por ano e a promessa de executar pelo menos uma obra em cada Estado. Haddad participará. Segundo o secretário-executivo da Fazenda, Dario Durigan, o pacote estará alinhado ao Plano de Transição Ecológica estudado.

O coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros, Deyvid Bacelar, disse em suas redes sociais que o papel da Petrobras será “preponderante” no PAC 3, com a volta de obras de infraestrutura no plano estratégico da estatal para 2024-2028.

Em cerimônia no final da tarde, depois de visitar o Porto Maravilha (RJ), Lula disse nesta 5ªF que a Petrobras irá diminuir o repasse de dividendos a acionistas para que parte desses recursos seja transformada em investimentos. “A Petrobras vai parar de mandar todos os dividendos para acionistas e vai mandar parte desses dividendos para investimento para produzir mais gás, óleo, gasoduto e conhecimento científico e tecnológico.”

MAIS AGENDA – Em Curitiba nesta 6ªF, Campos Neto profere duas palestras, às 8h30 e às 14h, durante o Fórum de Gestão Empresarial da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná (FACIAP). Em balanços, duas empresas devem divulgar resultados hoje: Aliansce Sonae e Bradespar, ambas após o fechamento.

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