A China deu a largada do ano com dois dados contrastantes da atividade industrial. Mas, sem sinais de qualquer crise mais profunda, a economia chinesa não impediu o rali do Ibov em 2023, que dizem que pode ser esticado este ano, ainda que em menor intensidade. Vitrine do otimismo, 2024 começa com o índice à vista da bolsa doméstica nos 134 mil pontos, o dólar na casa de R$ 4,85 e apostas de Selic terminal próxima de 9%.

Em ano eleitoral e sob o “DNA gastador” do governo, a questão fiscal se mantém como desafio, mas a Fazenda sustenta a promessa de meta fiscal zero. Mais do que tudo, porém, o ano é do Fed e marcará a estreia do ciclo de queda do juro (em março ou maio), turbinando o fluxo para os mercados emergentes. Já nesta primeira semana de 2024, a agenda é importante em NY, com payroll de dezembro (6ªF) e ata do Fed (4ªF).

Esvaziado o medo de recessão grave nos EUA, os analistas começam o ano calibrando as previsões para o payroll. A criação de vagas de emprego deve desacelerar a 170 mil, contra a surpresa positiva de 199 mil em novembro. Se concretizado o resultado esperado, os EUA terão criado 2,7 milhões de empregos em 2023.

Antes do payroll, o relatório Jolts de vagas em aberto (4ªF) e os dados do ADP sobre a criação de vagas no setor privado (5ªF) já darão pistas sobre o ritmo do cenário do mercado de trabalho americano no último mês de 2023.

Hoje, é destaque o PMI industrial medido em dezembro pela S&P Global nos EUA (11h45) e na zona do euro (6h), Alemanha (5h55) e Reino Unido (6h30). Os investimentos em construção nos EUA em novembro saem hoje, ao meio-dia, com estimativa de +0,5%. A inflação da zona do euro estará no foco do BCE esta semana, com o CPI na 6ªF.

CHINA HOJE – O PMI/S&P Global industrial medido pelo setor privado subiu de 50,7 em novembro para 50,8 em dezembro. Foi o segundo mês consecutivo de expansão. O dado contrasta com o indicador oficial: o número do governo apontou queda para 49,0 em dezembro contra 49,4 em novembro.  Já o PMI de serviços chinês subiu de 50,2 em novembro para 50,4 em dezembro, em linha com o consenso.

AQUI – Depois do susto na última 5ªF com o IPCA-15 de dezembro (+0,40%) acima do teto das estimativas (0,35%), o mercado concentra a atenção hoje no Focus (8h25), avaliando que a dinâmica inflacionária segue comportada. Hoje (8h), o IPC-S/dezembro deve desacelerar a 0,25%, de 0,27% em novembro.

DESONERAÇÃO – Na polêmica fiscal do momento, Pacheco avisou a Haddad que deve reunir os líderes do Congresso nestes primeiros dias de janeiro para discutir a MP do governo que revogou a desoneração da folha de pagamentos. O novo modelo de reoneração gradual da folha de pagamentos, previsto inicialmente para começar ontem, só vigorará a partir de 1º de abril. O governo ganha tempo para buscar um diálogo até a volta do recesso (fevereiro).

DANÇA DAS CADEIRAS NO BC – Os economistas Paulo Picchetti e Rodrigo Alves Teixeira tomarão posse como novos diretores do BC nesta 3ªF, em cerimônia simples, fechada à imprensa e sem horário definido. Campos Neto fica no comando do BC só mais este ano, para Galípolo assumir como seu sucessor em 2025.

COMBUSTÍVEIS – Os impostos federais sobre o diesel, biodiesel e gás de cozinha aumentaram a partir de ontem (dia 1º), com a perda de vigência das medidas que zeraram os tributos ao longo do ano passado. O diesel A aumenta R$ 0,35 por litro; o diesel B (misturado com biodiesel) sobe R$ 0,33 por litro; o biodiesel aumenta R$ 0,15 por litro; e o gás de cozinha, R$ 2,18 por botijão de 13 Kg.

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