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BDM Express: Payroll divide o foco com reforma tributária
Passou com folga a reforma tributária na Câmara (382 votos) numa vitória incontestável para o País, apesar das exceções e das negociações que ajustaram o texto, neutralizando as resistências de setores e entes federativos que há muitos anos vinham barrando esse avanço. A matéria uniu no mesmo esforço personagens antagônicos como Lira, Haddad, Tarcísio, Bernard Appy e o relator Aguinaldo Ribeiro.
O mercado tem muito a festejar, mas isso depende de um indicador que sairá às 9h30 nos EUA, o relatório do payroll, que pode reforçar (ou esvaziar) a aversão ao risco que predominou NY ontem, após a criação de meio milhão de empregos no setor privado americano e levou a projeções de que o Fed terá de usar mão mais pesada nos juros.
O consenso das estimativas aponta para uma desaceleração das novas vagas de trabalho em junho (+225 mil), contra +339 mil em maio, com recuo da taxa de desemprego de 3,7% para 3,6%, e aumento de 0,3% do salário/hora (4,2% ao ano). Mas há previsões maiores: seguindo a força do ADP, Wells Fargo revisou sua projeção, de 245 mil para 260 mil.
Nesta 5ªF, a pesquisa mostrou a criação de 497 mil empregos no mês passado, bem acima do esperado (250 mil), virando os mercados de ponta-cabeça, não só em Wall Street, mas nos quatro cantos do mundo e também no Brasil. Aqui, o dólar foi o ativo mais atingido, disparando para cima de R$ 4,90, com a aposta de que poderá prevalecer a versão mais hawkish do Fomc, o que tende a desestabilizar a equação do câmbio, quando o BC está a um Copom de baixar a Selic.
Alguns traders buscaram explicações para o estresse no ambiente político do Congresso, naturalmente confuso na reta final das negociações, mas a aprovação da reforma tributária supera de longe a conclusão do arcabouço fiscal e do projeto do Carf.
Segundo Haddad, não há mais nenhum impeditivo para votar o projeto do Carf, nem dificuldades para a nova votação do arcabouço na Câmara, que só devem ficar para agosto, porque não há mais tempo de realizar as votações antes do recesso.
DESENCANTOU – Uma intensa negociação em várias frentes, liderada por Arthur Lira, Fernando Haddad e pelo relator Aguinaldo Ribeiro obteve vitória histórica ontem à noite, com a aprovação da reforma tributária, na Câmara. O texto levado ao plenário foi a terceira versão, com a ampliação da lista dos setores beneficiados pela alíquota reduzida dos novos impostos e mudanças no Conselho Federativo, que neutralizou a resistência dos governadores.
A proposta foi ajustada para garantir que as decisões do Conselho terão de ter a aprovação dos Estados mais populosos do País. Já os critérios de rateio do Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional ficaram para ser decididos por lei complementar. Pouco antes das 2h, Lira encerrou a sessão que aprovou a reforma tributária em dois turnos por 375 votos contra 113. Destaque do PSOL foi rejeitado e quatro restantes, do PL, serão avaliados hoje (10h).
LULA – Assim que a reforma foi aprovada, Haddad foi ao Twitter para dizer que “parecia impossível, mas valeu a pena”. Pouco antes, Lula elogiava o ministro em entrevista ao SBT, gravada mais cedo. “O Haddad está jogando bem. Se ele fosse jogador de futebol, certamente ele seria convocado para a seleção. Haddad vai ser uma extraordinária surpresa neste País na área econômica.” Para o presidente, a reforma tributária “não é o texto perfeito, mas é o possível em meio a diversos interesses envolvidos”.
AGENDA – Às 8h, a FGV divulga o IGP-DI de junho. O BC solta às 9h a captação da poupança em junho. Os dados de produção da Anfavea saem às 10h. Lá foram, Lagarde tem evento às 13h45. Os dados da Baker Hughes sobre os poços de petróleo saem às 14h.
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