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BDM Express: Surpresa no Copom deve animar mercados
A briga de Lula pela redução do juro pode ter rendido um início mais ousado do ciclo de afrouxamento. Não que se questione o espaço para queda da Selic, mesmo para o corte de 50pb, mas seria mais coerente com o histórico desse Copom começar com 25pb. O voto de minerva de Campos Neto pelo meio ponto talvez tivesse sido outro, sem Galípolo. Mas o placar dividido (quatro a cinco) colocaria o presidente do BC em um desnecessário confronto com o seu provável sucessor, que poderia gerar ruídos e especulações pelos próximos dois anos.
Assim, se é fato que há fundamentos e base técnica para o BC ter sido um pouco mais agressivo na largada, também é verdade que esse é um novo Copom. Noves fora, a reação dos mercados deve ser positiva. No after hours em NY, o índice EWZ e os ADRs brasileiros terminaram a sessão em alta, impulsionados pelo corte maior da taxa Selic. Aqui, a expectativa é de ganhos para o Ibovespa e queda nos juros futuros de curto prazo.
O comunicado bem redigido tomou os devidos cuidados para que a decisão não desencadeasse uma onda de euforia perigosa no mercado de juros contratando, desde já, queda de 50pb para o próximo Copom. O comunicado destaca que o processo desinflacionário, “que tende a ser mais lento”, e a reancoragem parcial das expectativas demandam “serenidade e moderação” na condução da política monetária.
O texto também traz alertas importantes sobre a necessidade de perseverar com uma política monetária contracionista até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas. Desse modo, estão descartadas apostas mais animadas em um corte de 75pb ou de 100pb.
HADDAD – Visivelmente aliviado e satisfeito, o ministro cumprimentou os diretores do BC “que votaram de um jeito e do outro” e saudou o presidente Campos Neto. Haddad disse que “temos um caminho novo pela frente, com a parceria do BC”, que “a partir de agora você começa a enxergar mais longe”, que “os estrangeiros também vão olhar para o Brasil”, que “a decisão é resultado de tudo o que aconteceu”.
Questionado sobre o voto de Campos Neto, preocupou-se em afirmar que foi um “voto técnico”: “não significa que tenha havido concessão [ao governo]”. O ministro também disse que “não é hora de baixar a guarda” e que há “um desafio grande pela frente, que a queda da arrecadação é muito forte.
REAÇÕES – Entre economistas, alguns manifestaram desagrado e outros aceitaram melhor. Quase todos avaliaram que foi uma preocupação do comunicado indicar o corte de 50pb nas próximas reuniões para evitar que o mercado aposte numa aceleração do ritmo. Algumas casas revisaram projeções para a Selic no fim do ano
DIA D DOS BALANÇOS – A “Super 5ªF” traz os resultados, antes da abertura, da Ambev e, após o fechamento, do Bradesco e Petrobras. Saem ainda os números trimestrais da Alpargatas, CCR, Cemig, Fleury e Renner. O dia também é quente em NY, com Apple e Amazon, quando os mercados americanos já estiverem fechados.
MAIS AGENDA – Saem o PPI de junho na zona do euro (6h), a leitura final de julho do PMI/S&P Global no bloco europeu (5h), na Alemanha (4h55) e Reino Unido (5h30), além do CPI de julho na Turquia (4h). Nos EUA, auxílio-desemprego (9h30), PMI de serviços de julho medido pela S&P Global (10h45) e ISM (11h) e encomendas à indústria em junho (11h). O Fed boy Tom Barkin (Richmond) fala em evento, às 9h30.
ÁSIA HOJE – O PMI de serviços da China subiu de 53,9 em junho para 54,1 em julho e superou a previsão de 52,6. O PMI composto, que engloba indústria e serviços, caiu de 52,5 para 51,9 no período, ainda em tereno de expansão. No Japão, o PMI de serviços recuou de 54,0 em junho para 53,8 em julho.
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