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Bolsas caem em NY após Powell indicar que o aperto monetário nos EUA deve continuar, mas só a partir de dezembro
As atenções dos investidores estiveram voltadas nesta quinta-feira para as declarações do presidente do Fed, Jerome Powell, em um evento do Clube Econômico de Nova York. Em seu clássico estilo “morde e assopra”, o presidente do banco central americano disse que os juros básicos nos Estados Unidos poderão subir mais se houver evidências de que a economia americana, ainda aquecida, está colocando em risco o processo de desinflação.
“Estamos atentos aos dados que mostram força da economia e do mercado de trabalho”, afirmou. Powell repetiu que os juros serão mantidos em nível restritivo até que o Fed tenha confiança de que a inflação irá voltar para a meta de 2%. Por outro lado, disse que o BC americano agirá “cautelosamente”, o que interpretado pelo mercado como uma nova pausa no ciclo de aperto em novembro. E admitiu que a alta dos juros dos Treasuries colabora para uma menor necessidade de aperto da política monetária.
A alta do petróleo, com o barril do tipo Brent sendo negociado acima dos US$ 90, também mereceu destaque. A commodity segue em forte alta nos últimos dias por causa do conflito entre Israel e o Hamas. Embora o país não seja produtor, uma guerra na região pode afetar a circulação de petroleiros e prejudicar o fornecimento de produtores importantes, como a Arábia Saudita.
O dólar à vista seguiu a tendência externa e fechou em leve baixa de 0,03%, a R$ 5,0528. Na B3, depois de operar durante boa parte do dia em alta, o Ibovespa encerrou de lado, com leve baixa de 0,05%, aos 114.004 pontos.
Em Nova York, porém, as declarações de Powell e a disparada do petróleo não foram tão bem-recebidas. O avanço dos rendimentos dos Treasuries continuou afugentando os investidores dos ativos de risco, como ações. O índice Dow Jones caiu 0,75%, aos 33.414,17 pontos. O S&P500 recuou 0,85%, aos 4.278,00 pontos. E o Nasdaq perdeu 0,96%, aos 13.186,18 pontos. (Téo Takar)