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Bolsas recuam e dólar sobe em sessão de cautela antes das declarações de Jerome Powell em Jackson Hole
As bolsas caíram e o dólar retomou a trajetória de alta nesta quinta-feira, pressionados pelo cenário externo, onde prevaleceu a expectativa de que os juros nos Estados Unidos permanecerão elevados por mais tempo para fazer frente à inflação persistente e a economia aquecida.
A piora na percepção de ontem para hoje ocorreu especialmente após os comentários do presidente da regional de Filadélfia do banco central americano (Fed), Patrick Harker, e do dado de pedidos semanais de auxílio-desemprego nos EUA, que vieram abaixo do esperado, indicando que o mercado de trabalho americano segue aquecido. Harker, por sua vez, defendeu que o Fed deve manter a política monetária em níveis restritivos por “algum tempo”, mas provavelmente “já fez o suficiente” em termos de alta dos juros.
As atenções se voltam para o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, amanhã, no Simpósio de Jackson Hole. Investidores esperam que ele traga alguma sinalização sobre os próximos passos da política monetária do banco central americano. Em meio à cautela e ao fim do frenesi em torno do balanço da Nvidia, divulgado ontem à noite, o índice Dow Jones caiu 1,09% (34.098,86 pontos); o S&P500 recuou 1,35% (4.376,16); o Nasdaq perdeu 1,87% (13.463,97).
Por aqui, o Ibovespa acompanhou a cautela externa em dia de agenda local vazia e fechou com queda de 0,94%, aos 117.025,60 pontos, com volume financeiro de R$ 19,1 bilhões, abaixo da média diária. O dólar à vista fechou em alta de 0,51%, a R$ 4,8802.
Na contramão dos demais ativos domésticos, os juros futuros seguiram em queda hoje. Analistas creditaram essa queima adicional de prêmios ao avanço da pauta econômica no Congresso, especialmente do arcabouço fiscal. O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT), apresentou uma lista de medidas cuja arrecadação pode chegar a R$ 205 bilhões, mais que os R$ 150 bilhões de receitas extras previstas pelo ministro Fernando Haddad para cumprir a meta de déficit zero em 2024. (Téo Takar e Ana Conceição)