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Cenário fiscal ainda preocupa e afeta ativos no Brasil; PIB e emprego abaixo do esperado ajudam bolsas nos EUA
Os ativos domésticos operaram descolados do exterior nesta quarta-feira, diante da percepção de piora no cenário fiscal, após o resultado primário ruim do Governo Central em julho e as declarações da ministra do Planejamento, Simone Tebet, sobre pontos importantes do Orçamento de 2024. O projeto que será enviado amanhã ao Congresso prevê que o governo precisará de receitas extras da ordem de R$ 168 bilhões para atingir a meta de déficit zero no próximo ano.
Em audiência na Comissão Mista de Orçamento (CMO), a ministra afirmou que deve haver receita suficiente para zerar o déficit no ano que vem, mas que “o futuro a Deus pertence”. Depois, já no fim da tarde, disse que o governo vai “discutir no Congresso, situação e oposição, se vamos ou não cumprir a meta zero”.
O mercado já vinha em tom negativo desde o início da tarde, quando o resultado do Governo Central de julho mostrou déficit primário de R$ 35,9 bilhões, pior que os R$ 31,9 bilhões esperados pelos economistas. O déficit de julho foi o segundo maior da série histórica. Com as declarações de Tebet, o clima piorou e o Ibovespa fechou perto da mínima do dia, em baixa de 0,73%, aos 117.535,10 pontos, com volume financeiro de apenas R$ 16,5 bilhões. E o dólar à vista fechou em alta de 0,30%, a R$ 4,8692.
Lá fora, as bolsas voltaram a subir, após o dado fraco de emprego nos Estados Unidos em agosto medido pela ADP e a revisão do PIB americano do 2º trimestre abrirem espaço para o Fed, o banco central americano, não mexer nos juros em setembro. Em Nova York, o índice Dow Jones subiu 0,11%, aos 34.890,77 pontos; o S&P500 ganhou 0,39% (4.515,00); e o Nasdaq avançou 0,54% (14.019,31). (Ana Conceição e Téo Takar)