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Com petróleo como vilão, Ibovespa desperdiça alta em NY
Descolado das altas moderadas exibidas pelas bolsas em Wall Street, nesta véspera da Super Quarta, o Ibovespa seguiu abaixo dos 127 mil pontos. Embora tenha registrado queda limitada, o índice à vista da bolsa doméstica não conseguiu escapar do mais novo tombo do petróleo, que anda numa fase negativa. A impressão de que tem muita oferta da commodity no mundo para pouca demanda explica as recentes quedas pesadas do barril. No pano de fundo, a perspectiva de que o Fed demore mais para cortar o juro envia uma mensagem desfavorável para o consumo.
Referência dos preços da Petrobras, o petróleo do tipo Brent para fevereiro, negociado em Londres, afundou 3,67% hoje, para US$ 73,24. O WTI para janeiro, que é comercializado em NY, também foi fundo nas perdas (-3,80%) e fechou cotado a US$ 68,61, abaixo da marca de US$ 70. O tombo de quase 4% do petróleo levanta a lebre sobre um potencial anúncio de corte do preço da gasolina nos próximos dias pela Petrobras. As ações da estatal saíram no prejuízo nesta 3ªF: PN, -0,81%, a R$ 34,08; e ON, -1,53%, a R$ 35,99.
A fraqueza do petróleo entrou como um dos motivos de queda do real hoje, na medida em que o Brasil é um exportador de commodities. Além disso, especulações de que o comunicado do Copom pode vir menos agressivo amanhã, podendo deixar até mesmo a janela aberta para uma aceleração dos cortes da Selic (0,75pp) mais à frente, contribuíram para a pressão do dólar, paralelamente à impressão de que o Fed deve deixar para cortar o juro só no 2Tri, ao invés de em março. Além disso, as remessas sazonais de final de ano ao exterior também ajudaram a depreciar o real. Apesar disso, o dólar ainda continua rodando abaixo de R$ 5.
O Ibovespa recuou 0,40% nesta 3ªF, aos 126.403,03 pontos, com volume financeiro fraco novamente, de nem R$ 20 bilhões. Em NY, o índice Dow Jones subiu 0,48%, aos 36.577,94 pontos, o S&P 500 avançou 0,46%, aos 4.643,70 pontos, e o Nasdaq ganhou 0,70%, aos 14.533,40 pontos, na máxima do dia. No câmbio, o dólar encerrou em alta de 0,60%, a R$ 4,9664. (Mariana Ciscato)