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Dado de inflação nos EUA empolga investidor em um primeiro momento, mas mercado ainda vê riscos à frente
O dado mais aguardado da semana, a inflação (CPI) nos EUA, veio dentro das expectativas e gerou euforia nos mercados no início da sessão desta 5ªF. Os números elevaram o otimismo dos investidores de que o Fed está perto de encerrar o atual ciclo de aperto monetário, permitindo um “pouso suave” da economia americana.
Porém, o bom humor durou pouco. Analistas ponderaram o fato de a inflação americana ainda estar muito acima da meta de 2% do Fed e de existirem riscos para novas altas de preços no médio prazo, especialmente devido ao avanço nas cotações do petróleo. Além disso, permanece no radar o risco de uma recessão global, após uma rodada de dados fracos na China.
As declarações da presidente do Fed de San Francisco, Mary Daly (que não vota neste ano nas reuniões de política monetária), também ajudou a reduzir o otimismo nos mercados: Ela afirmou que “é prematuro projetar o que vai acontecer com os juros, temos muitos dados pela frente” e defendeu “cautela ao projetar as próximas decisões monetárias”. “Vamos olhar particularmente para o núcleo da inflação de serviços. Ainda há mais trabalho a fazer e estamos comprometidos com a meta de 2%”, afirmou.
No fim das contas, Wall Street encerrou o dia perto da estabilidade. O índice Dow Jones subiu 0,15%, aos 35.176,15 pontos. O S&P500 ganhou 0,03%, aos 4.468,83 pontos. O Nasdaq teve alta de 0,12%, aos 13.737,99 pontos.
A perda de empolgação lá fora pesou sobre o Ibovespa, que virou no fim do dia e registrou sua oitava baixa consecutiva, de 0,05%, aos 118.349,60 pontos. O volume financeiro somou R$ 23,4 bilhões. O dólar à vista devolveu parte dos ganhos recentes e fechou em baixa de 0,47%, a R$ 4,8821, mas longe da mínima do dia, de R$ 4,8418.
A virada de humor limitou o recuo dos juros futuros, com investidores mantendo a cautela antes da divulgação do IPCA de julho, amanhã, que deve trazer uma aceleração no dado cheio, mas uma melhora no núcleo e nos serviços, ponto que foi ressaltado pelo presidente do BC, Roberto Campos Neto, durante audiência no Senado hoje. (Téo Takar)