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Dólar fecha acima dos R$ 5 e bolsas têm sessão volátil em meio à disparada do petróleo e expectativa de mais aperto monetário nos EUA
Os mercados tiveram mais uma sessão de forte aversão ao risco, com a escalada dos juros dos Treasuries nos Estados Unidos e dos juros futuros por aqui. O dólar superou os R$ 5 e as bolsas operaram durante boa parte do dia no vermelho, mas se recuperaram no fechamento.
No cenário doméstico, as questões fiscais continuaram pesando, como a proposta do governo de criar um crédito extra para o pagamento dos precatórios no ano que vem, que foi mal-recebida pelo mercado.
No exterior, o petróleo registrou forte alta após o dado semanal de estoques do produto nos Estados Unidos recuar significativamente. O avanço nos preços atinge os combustíveis, gerando mais pressão inflacionária. O cenário de energia mais cara nos Estados Unidos apenas reforça a perspectiva de que o Fed, o banco central americano, terá que manter os juros elevados por mais tempo.
Neel Kashkari, presidente da regional do Fed em Minneapolis, não descartou a possibilidade de que os juros subam mais, se os aumentos já implementados não desacelerarem a economia como se espera para conter o avanço da inflação americana. Por enquanto, ele prevê mais uma alta de 0,25pp.
A possibilidade de “shutdown”, ou seja, de paralisação do governo americano por falta de aprovação do Congresso para liberação de recursos para financiar as atividades do governo, também contribuiu para o investidor evitar as ações e exigir mais prêmio nos títulos do governo americano.
Em Nova York, apesar da sessão tensa, os índices encerraram o dia perto da estabilidade. O índice Dow Jones caiu 0,20%, aos 33.550,27 pontos. O S&P500 subiu 0,02%, aos 4.274,51 pontos. E o Nasdaq ganhou 0,22%, aos 13.092,85 pontos.
Na B3, depois de operar abaixo da linha dos 114 mil pontos, influenciado pelas pelas bolsas americanas, o Ibovespa também se recuperou e fechou com leve ganho de 0,12%, aos 114.327,05 pontos. O volume financeiro somou R$ 22,6 bilhões. Já o dólar disparou alta de 1,22%, para R$ 5,0478, mas chegou a valer R$ 5,0795 no momento mais tenso do dia. (Ana Conceição e Téo Takar)