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Fechamento [05/04]: NY sobe após payroll forte; Ibovespa cai com juros em alta

Atualizado 05/04/2024 às 18:37:03

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[05/04/2024] Da Redação do Bom Dia Mercado

As bolsas em NY corrigiram as perdas da véspera e subiram de forma consistente nesta 6ªF, mesmo após dados do payroll bem acima do esperado. Agentes do mercado preferiram ver o copo meio cheio desta vez, de que a economia está resiliente, aquecida e longe de uma recessão, mesmo que isso signifique corte de juros mais tardio do Federal Reserve.

O relatório de emprego mais importante dos EUA mostrou a criação de 303 mil postos de trabalho em março, resultado muito acima do consenso, que projetava 200 mil. Além disso, as revisões nos dois meses anteriores somaram a criação de 22 mil vagas adicionais. 

A taxa de desemprego caiu a 3,8%, abaixo da expectativa, que previa 3,9% no período. O salário médio por hora, por sua vez, subiu 0,3%, dentro do esperado.

Com isso, os rendimentos dos Treasuries sobem firme na sessão de hoje, o que também impulsiona os juros futuros aqui no Brasil. 

Os números mostram que o Fed pode ser paciente com a inflação e não ter pressa para cortar taxas, o que foi corroborado por declarações de dirigentes hoje. O presidente do Fed de Richmond, Tom Barkin, afirmou que o relatório foi bastante forte.

Já para a presidente do Fed de Dallas, Lorie Logan, a política monetária pode não estar tão restritiva quanto a maioria das projeções crê. Ela afirmou ainda que é cedo para cortar juros ante o quadro atual e que o BC americano deve manter uma abordagem flexível na política.

A diretora do Fed, Michelle Bowman, foi mais hawkish ao dizer que ainda vê risco de ter que subir juros se o progresso contra inflação parar. Segundo ela, cortar juros cedo demais poderia resultar em recuperação da inflação e exigir mais alta de juros depois. 

Os índices acionários de Wall Street fecharam assim:

  • Dow Jones: +0,80% (38.904,27 pontos)
  • S&P 500: +1,11% (5.204,29 pontos)
  • Nasdaq: +1,24% (16.248,52 pontos)

Por aqui, o Ibovespa foi na contramão de Wall Street e caiu, com ações sensíveis aos juros registrando as maiores perdas. Vale (VALE3) e siderúrgicas também tiveram baixas, acompanhando as seguidas quedas do minério de ferro.

A Petrobras continuou no radar sobre a perspectiva do pagamento de dividendos extraordinários e, principalmente, envolvendo a potencial saída do presidente da estatal, Jean Paul Prates.

Diversos colunistas da imprensa mostraram que a potencial demissão dele é mais uma questão política do que de desempenho. Prates teve conflitos com os ministros de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e da Casa Civil, Rui Costa.

O setor público registrou déficit primário de R$ 48,692 bilhões em fevereiro, conforme informou o BC. Em 12 meses até fevereiro, o déficit soma R$ 268,229 bilhões. Assim, a dívida líquida ficou em 60,9% do PIB. 

Para Matheus Pizzani, da CM Capital, a melhora da arrecadação no mês se deve às medidas de incremento fiscal feitas pelo governo federal em 2023, mas não resolvem todo o problema. “A tendência é que, com juros nominais menores, o peso da dívida vá desacelerando”, disse Pizzani, que manteve projeção de déficit de R$ 122,3 bilhões no setor público em 2024.

Outro dado foi o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que caiu 0,30% em março, segundo a FGV. Com este resultado, o índice acumula queda de 0,97% no ano e baixa de -4,00% em 12 meses. Em março de 2023, o índice havia variado -0,34% e acumulava queda de -1,16% em 12 meses.

O Ibovespa fechou em queda de 0,50%, aos 126.795,41 pontos, com volume de R$ 20,7 bilhões. O dólar à vista teve alta de 0,29%, a R$ 5,0654. Na semana, o índice acumulou baixa de 1,02%, enquanto a moeda subiu 1,00%.

(Eduardo Saraiva)

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