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Fechamento (26/03): Ibovespa fecha estável após ata do Copom hawkish e IPCA-15

Atualizado 26/03/2024 às 18:12:06

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[26/03/2024] Da Redação do Bom Dia Mercado

O Ibovespa não saiu da volatilidade nesta terça-feira (26), uma vez que os investidores tentavam seguir a tendência das bolsas em Nova York, enquanto reagiam aos fatos locais mais cedo.

O ponto de maior atenção do mercado foi a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, que sinalizou surpresas em relação à inflação de serviços e que acompanha de perto os dados do mercado de trabalho.

A ata deixou claro que a retirada do “foward guidance” serviu para dar mais flexibilidade ao BC. Apesar disso, analistas viram a sinalização como um reforço para a potencial redução do ritmo de cortes da Selic a partir da reunião de junho, de 0,25 ponto percentual.

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Outro indicador que corroborou com uma visão mais hawkish foi o IPCA-15, que subiu 0,36% em março, levemente acima das projeções do mercado, que previam mediana de 0,32%. Na base anual, a prévia da inflação avançou 4,14%, de 4,49% de fevereiro (consenso era de 4,10%).

Alimentos e combustíveis pressionaram IPCA-15 de março. Para Andrea Angelo, da Warren Investimentos, o qualitativo não foi tão bom e mostrou quarta surpresa seguida com serviços subjacentes.

Assista ao vídeo de fechamento com Eduardo Saraiva:

O BC também divulgou o relatório Focus e mostrou que as expectativas de inflação caíram, enquanto projeções de PIB e do câmbio para este ano subiram. Segundo o boletim, o IPCA de 2024 deve terminar o ano em 3,75%, de 3,79% da semana passada, enquanto o de 2025 caiu de 3,52% para 3,51%. O PIB deste ano subiu de 1,80% para 1,85%, e a projeção para o dólar aumentou de R$ 4,93 para R$ 4,95.

À tarde, o Tesouro Nacional informou que o Governo Central registrou déficit de R$ 58,444 bilhões em fevereiro, em linha com as previsões dos economistas ouvidos pelo Broadcast. Com isso, o resultado acumulado no ano é de superávit de R$ 20,941 bilhões, o pior para o período desde 2020.

A divulgação da ata do Copom, juntamente com o resultado do Governo Central, gerou pressão de alta para os juros futuros, afastando-se dos Treasuries nos EUA.

No câmbio, o dólar teve viés de alta, com a queda das commodities enfraquecendo as moedas de países produtores. A moeda também subiu frente ao real, após os números do IPCA-15 e da Ata do Copom.

O Ibovespa fechou em queda de 0,05%, aos 126.863,02 pontos, com volume de R$ 19,4 bilhões. O dólar à vista teve alta de 0,19%, a R$ 4,9828.

Estados Unidos

As bolsas em Wall Street perderam o ímpeto no fim da sessão e caíram, em dia que investidores continuam avaliando as perspectivas para a política monetária do Federal Reserve, enquanto analisaram dados recém-divulgados.

O dirigente Austan Goolsbee (Fed Chicago) disse que havia planejado três cortes nas taxas este ano, enquanto a governadora do BC americano, Lisa Cook, pediu cautela e o presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, reiterou os comentários de sexta-feira, reduzindo suas expectativas para um corte.

Mais cedo, o índice de confiança do consumidor americano caiu de 106,7 pontos em fevereiro para 104,7 pontos em março, abaixo do consenso de 107 pontos, segundo o Conference Board. Além disso, as encomendas de bens duráveis ficaram melhores do que o esperado e subiram 1,4% em fevereiro, após queda de 6,9% em janeiro.

O noticiário corporativo também movimentou alguns papéis, como Tesla (+2,92%), que reagiu ao bom resultado trimestral da concorrente chinesa BYD, o que sugere aumento da demanda por carros elétricos.

Os índices acionários de Wall Street fecharam assim:

  • Dow Jones: -0,08% (39.282,98 pontos)
  • S&P 500: -0,28% (5.203,72 pontos)
  • Nasdaq: -0,42% (16.315,70 pontos)

Os rendimentos dos Treasuries perderam força ao longo de sessão e finalizaram em queda. O catalisador foi um leilão de US$ 67 bi em T-Notes de 5 anos, que teve juro máximo de 4,235%.

(Eduardo Saraiva)

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