Com forte impulso do setor de serviços, a geração de postos de trabalho nas empresas do setor privado dos Estados Unidos acelerou para 497 mil em junho, praticamente o dobro da projeção de 250 mil, informou a pesquisa mensal da processadora de dados ADP. O dado de maio foi revisado hoje de 278 mil para 267 mil vagas.

A projeção do Dow Jones era ainda menor, de 220 mil vagas. O resultado piorou o humor das bolsas globalmente, puxando o índice dólar DXY e os rendimentos dos Treasuries, porque praticamente ratifica o argumento do Fed de que os juros precisam subir mais em 2023 e atrasa a projeção do fim do ciclo de aperto.

O resultado da ADP em junho teve contribuição sazonal, às vésperas do verão americano, de 232 mil contratações do setor de hotéis, restaurantes e lazer. A geração também veio forte em construção (97 mil vagas) e comércio, transportes e utilidades públicas (90 mil).

A pesquisa da ADP ainda é considerada uma prévia informal do Payroll, o dado oficial que trará o saldo líquido de vagas no país em junho, excluídos os empregos agrícolas. Mas seu relatório é visto com reservas, porque aferiu resultados muito distantes do Payroll, principalmente na pandemia, e mudou de metodologia no ano passado.

Ainda assim, a geração de quase meio milhão de postos de trabalho pode puxar para cima o consenso para o Payroll, que nesta manhã rondava 225 mil em junho, uma desaceleração após os 339 mil em maio.

Pouco depois do relatório ADP, o Departamento do Trabalho divulgou que o número de novos pedidos de auxílio-desemprego cresceu 12 mil na semana encerrada em 1° de julho, para 248 mil, acima da projeção (244 mil). Os novos pedidos da semana anterior foram revisados para baixo, de 239 mil para 236 mil.

Já o número de pedidos continuados de auxílio, referentes à semana encerrada em 24 de junho, caiu 13 mil, para 1,720 milhão. A projeção era 1,725 milhão. Às 11h o Departamento do Trabalho divulga o terceiro indicador revelante de emprego desta quinta: o relatório Jolts de abertura de vagas em maio.