Economia PicPay

Resumo semanal: 20/01 a 24/01

Atualizado 24/01/2025 às 16:02:40

Por Matheus Gomes de Souza, CEA

Ásia: A semana foi movimentada no continente asiático, com destaque para decisões sobre taxas básicas e incentivos do governo chinês para impulsionar os preços das ações. No Japão, o Banco Central elevou a taxa básica de juros de 0,25% para cerca de 0,5%, destacando que a inflação está se mantendo em níveis considerados desejáveis. O presidente do BoJ ressaltou, no entanto, que ainda existem incertezas, como a inflação externa e as flutuações cambiais, mas reafirmou a necessidade de novos aumentos caso a economia permaneça estável. Na China, o Banco Popular da China (PBOC) manteve a taxa de juros básica de empréstimos de um ano (LPR) em 3,1%, enquanto a taxa de referência para hipotecas de cinco anos continuou em 3,6%. A medida reflete os esforços do país em estabilizar sua moeda diante das expectativas de maior flexibilização monetária para sustentar o crescimento econômico. Além disso, as autoridades chinesas reafirmaram o compromisso do governo em apoiar o mercado e elevar os preços das ações. Pequim planeja direcionar centenas de bilhões de yuans anualmente de fundos de seguradoras estatais para o mercado de ações, com ao menos 100 bilhões de yuans (cerca de US$ 13,75 bilhões) previstos para o primeiro semestre, segundo Wu Qing, chefe da Comissão Reguladora de Valores Mobiliários da China.

Europa: Na Europa, os principais eventos giraram em torno do Fórum Econômico Mundial. Entre as declarações de líderes, destacou-se o discurso da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, que enfatizou a necessidade de antecipar ações estratégicas frente às iniciativas do governo americano. Lagarde mencionou que a decisão de Trump de não implementar tarifas generalizadas no início de sua presidência foi uma abordagem “muito inteligente” e acredita que suas medidas serão mais seletivas e direcionadas, exigindo uma resposta cuidadosa da Europa. No fim da semana, o índice PMI composto da zona do euro subiu de 49,6 em dezembro para 50,2 em janeiro, alcançando o maior nível em cinco meses e superando as expectativas de analistas consultados pela FactSet, que projetavam uma leve alta para 49,8. No setor industrial, o PMI avançou de 45,1 para 46,1, marcando o maior patamar em oito meses, também acima da previsão de 45,4. Já o PMI do segmento de serviços recuou ligeiramente, de 51,6 para 51,4 no mesmo período.

Oriente Médio: No Oriente Médio, a semana foi marcada pela pressão do presidente dos EUA sobre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) para reduzir os custos do petróleo. Essa declaração influenciou os preços da commodity: o barril de petróleo WTI caiu 1,63%, sendo negociado a US$ 74,19, enquanto o Brent, referência internacional, recuou 1,47%, para US$ 77,84. A desvalorização afetou os papéis da Petrobras, contribuindo para o desempenho negativo do Ibovespa. As ações ordinárias (PETR3) recuaram 0,92%, enquanto as preferenciais (PETR4) tiveram queda de 0,74%.
Além disso, com o cessar-fogo em Gaza, Israel intensificou ações militares na Cisjordânia, alegando combater militantes apoiados pelo Irã, incluindo grupos como Hamas e Jihad Islâmica.

Estados Unidos: Nos Estados Unidos, a semana começou com os mercados fechados devido ao feriado de Martin Luther King Jr. No início da semana, Donald Trump assumiu a presidência como o 47° presidente, atraindo a atenção dos mercados globais para suas primeiras ações. Sem muitos indicadores econômicos previstos, as atenções se voltaram para medidas iniciais de Trump, como o endurecimento da política migratória e o perdão a envolvidos na invasão ao Capitólio. O dólar atingiu o menor valor em mais de um mês, com a mínima diária chegando a R$ 5,91. A desvalorização foi impulsionada pelo chamado “efeito Trump”, em que o presidente defendeu cortes nas taxas de juros americanas e pressionou a OPEP, em especial a Arábia Saudita, a aumentar a produção de petróleo para reduzir os preços da commodity.

Brasil: No Brasil, os destaques da semana foram as discussões sobre inflação e balança comercial. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, anunciou que o governo está estudando medidas para reduzir os preços dos alimentos. Reuniões entre os ministérios da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Fazenda discutiram alternativas, mas algumas propostas foram descartadas devido à repercussão negativa. O aumento dos preços preocupa o governo, já que pode impactar a popularidade de Lula. Na balança comercial, o superávit na terceira semana de janeiro foi de US$ 1,356 bilhão, com exportações de US$ 6,446 bilhões e importações de US$ 5,09 bilhões. No acumulado do mês, o saldo positivo é de US$ 2,553 bilhões. As exportações cresceram 7,8% na média diária em comparação a janeiro de 2024, impulsionadas pela Indústria Extrativa e de Transformação. Já as importações tiveram alta de 17,5%, com destaque para os setores agropecuário e industrial.

Compartilhe:


Veja mais sobre:


Veja Também