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Resumo semanal: 24/02 a 28/02

Atualizado 01/03/2025 às 08:38:11

Por Matheus Gomes de Souza, CEA

Ásia

Os mercados asiáticos tiveram uma semana negativa, pressionados pelo receio de novas tarifas comerciais dos EUA sobre Canadá, México e China. O Nikkei caiu 4,18% na semana, registrando sua maior queda em cinco meses, puxado pelo desempenho ruim das ações de tecnologia. O índice Kospi, da Coreia do Sul, recuou 4,59%, enquanto o Hang Seng, de Hong Kong, perdeu 2,29%, refletindo a cautela dos investidores.

Na China, o mercado acompanha com atenção a reunião das “Duas Sessões”, onde o governo deve definir a meta de crescimento do PIB para 2025 e discutir medidas para estimular a economia. O cenário global de incerteza e a desaceleração da demanda interna continuam afetando as perspectivas da região.

Europa

As bolsas europeias oscilaram ao longo da semana, pressionadas pelo anúncio da pretensão de novas tarifas de 25% de Donald Trump sobre automóveis e outros produtos da União Europeia. A economia alemã registrou contração de 0,2% no último trimestre de 2024, consolidando dois anos consecutivos de recessão, devido aos altos custos de energia, juros elevados e incertezas políticas. Além disso, as eleições parlamentares na Alemanha resultaram na vitória da União Democrata-Cristã (CDU), enquanto a extrema-direita (AfD) ficou em segundo lugar e o SPD, do chanceler Olaf Scholz, caiu para terceiro.

Com a desaceleração da inflação na zona do euro, investidores aumentam as apostas em cortes de juros pelo Banco Central Europeu nos próximos meses. No entanto, as preocupações com a economia alemã e os impactos das tarifas americanas mantêm o cenário incerto para o crescimento da região.

Oriente Médio

Israel propôs um cessar-fogo de seis semanas em Gaza para negociar a libertação dos 63 reféns ainda sob posse do Hamas, estendendo a primeira fase do acordo. No entanto, o grupo rejeitou a proposta, exigindo a retirada total das tropas israelenses antes de qualquer novo acordo. Caso as negociações não avancem, o governo de Israel já se prepara para retomar os ataques na região.

Os EUA intensificaram as sanções contra o Irã, atingindo 22 indivíduos e empresas ligadas à exportação de petróleo. A medida faz parte de uma estratégia para reduzir o financiamento de grupos políticos apoiados por Teerã, aumentando as tensões na região.

Estados Unidos

Donald Trump e Volodymyr Zelensky se reuniram, mas não chegaram a um acordo sobre a guerra na Ucrânia. Trump exige concessões na exploração mineral do país como condição para apoio militar, enquanto o governo ucraniano busca mais segurança e envio de armas. Além disso, a Casa Branca confirmou que as tarifas sobre México, Canadá e China entrarão em vigor no dia 4 de março, elevando os temores de guerra comercial.

Na economia, o núcleo do PCE subiu 0,3% em janeiro, reforçando a preocupação com a inflação. A confiança do consumidor caiu pelo terceiro mês seguido, enquanto o PIB cresceu 2,3% no quarto trimestre de 2024, indicando uma desaceleração gradual. O Federal Reserve manteve os juros entre 4,25% e 4,50%, sem perspectiva de cortes no curto prazo.

Brasil

O governo anunciou mudanças na equipe ministerial, com Gleisi Hoffmann assumindo a Secretaria de Relações Institucionais e Alexandre Padilha sendo transferido para o Ministério da Saúde. Além disso, a liberação de R$ 12 bilhões do FGTS busca impulsionar o consumo, mas gera preocupações com impactos inflacionários. O câmbio voltou a se aproximar de R$ 5,90, pressionado por incertezas políticas e fiscais.

No cenário econômico, o IPCA-15 subiu 1,23% em fevereiro, abaixo das projeções, mas ainda indicando pressão sobre a inflação em 2025. O mercado de trabalho segue aquecido, com 137,3 mil novos empregos formais em janeiro, enquanto o superávit primário de R$ 84,9 bilhões mantém as contas públicas equilibradas no curto prazo.

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