Economia PicPay
Resumo semanal: 27/01 a 31/01
Por Matheus Gomes de Souza, CEA
Ásia: Nesta semana, muitos dos principais mercados asiáticos (Taiwan, Coreia do Sul, Hong Kong e China) estiveram fechados devido aos feriados do Ano Novo Lunar. Ainda assim, houve dados econômicos relevantes na região. O índice de preços ao consumidor de Tóquio, excluindo alimentos frescos, subiu 2,5% em janeiro em relação ao ano anterior, ligeiramente acima dos 2,4% registrados no mês anterior e alinhado às estimativas da Reuters. No Japão, a taxa de desemprego caiu para 2,4% em dezembro, abaixo das projeções de 2,5%, e as vendas no varejo subiram 3,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. A produção industrial japonesa também teve um crescimento mensal de 0,3% em dezembro, recuperando-se da queda de 2,2% no mês anterior. Na China, a atividade fabril registrou contração em janeiro, com o índice oficial de gerentes de compras (PMI) marcando 49,1, abaixo da expectativa de 50,1. Em dezembro, os lucros industriais no país aumentaram 11% em relação ao ano anterior, embora tenham mostrado uma queda anual pela terceira vez consecutiva.
Europa: Na Europa, o Banco Central Europeu (BCE) confirmou expectativas ao reduzir a taxa de juros em um quarto de ponto percentual, estabelecendo sua taxa principal em 2,75%. Essa medida continua o ciclo de afrouxamento monetário iniciado em junho de 2024. Em 2024, o BCE realizou quatro cortes na taxa de juros, buscando estimular uma economia que enfrenta dificuldades de crescimento. Segundo o Eurostat, o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro permaneceu estável no último trimestre de 2024, frustrando a projeção de um leve aumento de 0,1% e marcando uma desaceleração em relação ao crescimento de 0,4% no trimestre anterior. Quanto à inflação, a taxa anual de inflação ao consumidor (CPI) da região está em 2,4%, próxima da meta de 2% do BCE. Durante o segundo semestre de 2024, o CPI chegou a ficar abaixo de 2%, alimentando a expectativa de cortes adicionais nos juros.
Oriente Médio: No Oriente Médio, o foco esteve na continuidade do acordo entre Israel e o Hamas. Em uma nova rodada de libertações, o Hamas soltou oito reféns, incluindo três israelenses e cinco tailandeses, enquanto Israel libertou 110 prisioneiros palestinos com algumas horas de atraso. Apesar do acordo, a tensão aumentou após ataques das Forças de Defesa de Israel contra alvos do Hezbollah no Vale do Bekaa e ao longo da fronteira sírio-libanesa. Segundo Israel, os alvos incluíam uma instalação subterrânea para desenvolvimento de armas e um ponto de contrabando de armamentos para o Líbano. O país reafirmou que a trégua segue em vigor. Além disso, os mercados regionais voltaram atenções à próxima reunião da Opep+, marcada para segunda-feira, onde são aguardados novos anúncios relevantes.
Estados Unidos: Nos Estados Unidos, o Federal Reserve decidiu manter a taxa básica de juros entre 4,25% e 4,50%, indicando poucas pistas sobre possíveis cortes futuros, em um cenário onde a inflação segue acima da meta, o crescimento econômico é robusto e o desemprego permanece baixo. A decisão, esperada pelos analistas, marcou a primeira reunião de política monetária de 2025. No final da semana, foi divulgado que o PIB ajustado pela inflação cresceu 2,3% (taxa anualizada) no quarto trimestre de 2024, impulsionado por maiores gastos do governo e dos consumidores. No entanto, houve queda nos investimentos, o que compensou parcialmente o crescimento. A redução nas importações também teve um impacto positivo no cálculo do PIB. O índice de preços para compras domésticas brutas subiu 2,2% no trimestre, acima dos 1,9% do trimestre anterior. Já o índice de preços dos gastos com consumo pessoal (PCE), principal indicador de inflação usado pelo Fed, registrou alta de 2,3%, enquanto o núcleo do PCE, que exclui alimentos e energia, subiu 2,5%, acima dos 2,2% observados no terceiro trimestre.
Brasil: No Brasil, economia e política dominaram o noticiário. No campo econômico, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu elevar a taxa Selic em 1 ponto percentual, atingindo 13,25% ao ano, e indicou a possibilidade de mais um aumento na próxima reunião em março. A projeção de inflação para 2025 foi ajustada para cima, enquanto as estimativas para 2026 foram mantidas. Para 2025, a inflação esperada no índice IPCA subiu de 4,5% para 5,2%. A partir de 1º de fevereiro, os preços da gasolina e do diesel deverão subir em razão da alteração no cálculo do ICMS, com aumento de quase dez centavos por litro de gasolina e seis centavos por litro de diesel. Essa medida, aprovada em 2022, foi inicialmente implementada para conter os preços antes das eleições. Além disso, acontecerá um reajuste no preço do diesel nas refinarias pela Petrobras, devido à defasagem dos preços praticados no Brasil em relação ao mercado internacional. No campo político, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que, caso o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, imponha tarifas sobre produtos brasileiros, o Brasil responderá com medidas equivalentes. Apesar disso, o pequeno déficit comercial de US$ 254 milhões com os EUA em 2024 tem mantido o país fora do foco de possíveis sanções tarifárias.