Economia

Bancos entram em alerta com "bomba-relógio" nas contas familiares por causa das bets

Atualizado 02/09/2024 às 10:25:01

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[02/09/24] Da Redação do Bom Dia Mercado

Banco Central e instituições financeiras estão alertas com o crescimento do mercado de apostas online. Para o BC, recursos destinados às bets podem interromper a queda dos níveis de endividamento – que vêm recuando, ainda que lentamente, nos últimos meses, informa o Estadão.

Já na visão da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), há uma “bomba-relógio” contratada sobre as finanças de milhões de famílias – o que, em última instância, levaria os bancos a ficar mais seletivos na concessão do crédito, com encarecimento de diversas linhas.

Segundo integrantes do BC ouvidos pelo Estadão, o entendimento é de que a regulação desse segmento cabe ao Executivo, e não à autarquia; mas a avaliação é de que a situação é grave e demandaria medidas “enérgicas” de políticas públicas, como campanhas estruturadas de conscientização. Para o BC, a principal preocupação é de que isso possa aumentar a inadimplência.

Procurado, o Ministério da Fazenda afirmou que a legalização das bets ocorreu em 2018, mas sem a sua devida regulação. Isso, na visão da pasta, permitiu um crescimento descontrolado das apostas, com agentes operando fora do território nacional, e grupos praticando fraudes e delitos como lavagem de dinheiro.

Pesquisa feita pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) e pela AGP mostra a atração despertada pelas apostas online. De 1.337 entrevistados, 38% confirmaram ser apostadores online; desse total, 51% responderam que fazem pelo menos um jogo na semana, enquanto quase metade (49%) reconheceu ter aumentado o volume de apostas neste ano.

O dado que chama mais atenção é de que 63% tiveram, pelo menos uma vez, sua renda principal afetada por causa do gasto com bets. De acordo com a mesma pesquisa, quem apostou deixou de direcionar o dinheiro para outro fim.

No ano passado, as cerca de 300 empresas do segmento movimentaram entre R$ 60 bilhões e R$ 100 bilhões, quase 1% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo projeções da Strategy& Brasil, consultoria estratégica da PWC. O Estadão procurou empresas do setor, como Bet7K, Bet Nacional e Betano, mas não obteve retorno.

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