Economia
Demanda fraca prolongada derruba PMI industrial do Brasil pelo 8º mês seguido
A atividade industrial no Brasil registrou em junho o oitavo mês consecutivo de contração, segundo o PMI (indice de gerentes de compras) da S&P Global, com demanda fraca prolongada puxando reduções nos volumes de produção, novos pedidos, compra de insumos e cortes de pessoal. O índice geral recuou de 47,1 pontos em maio para 46,6 no mês passado.
O relatório da S&P destacou que a queda nos preços dos insumos, pelo segundo mês seguido e no ritmo mais forte desde 2009, trouxe um “vislumbre de alívio” para a indústria brasileira, destaca o relatório da S&P.
A queda nos custos permitiu que as empresas tentassem estimular a demanda baixando seus preços no mesmo ritmo, sem suprimir as margens, respondendo a pressões de mercado e uma dinâmica mais competitiva. Mas a demanda internacional seguiu piorando em junho, em linha com o cenário de incerteza global, como indicaram os PMIs industriais abaixo de 50 pontos divulgados hoje na Europa, Japão e Estados Unidos.
Os participantes brasileiros da pesquisa relataram retração dos pedidos da América Latina e vendas mais fracas que as projeções. As quedas nos novos pedidos restringiram os níveis de compra de insumos no fim do segundo trimestre, que caíram pelo nono mês consecutivo. Houve redução dos volumes de negócios pendentes pelo 25º mês consecutivo, e as empresas voltaram a demitir.
A nota positiva, segundo Pollyanna de Lima, diretora associada da S&P Global Market Intelligence, é que a confiança das empresas do setor se manteve em patamar positivo, esperando recuperação da demanda com a redução da taxa de juros no país.