O percentual de famílias endividadas nos lares brasileiros atingiu o patamar de 78,8% em junho, resultado igual ao reportado em maio, mas um avanço em relação a junho de 2023 (78,5%).

Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Segundo a pesquisa, do total de famílias, 28,8% estão com dívidas em atraso, uma alta frente ao mês anterior (28,6%), mas uma queda ante o mesmo período de 2023 (29,2%). As famílias que não terão condições de pagar ficou em 12% em junho, estabilidade em relação a maio e a junho do ano passado.

Em nível de endividamento, o percentual de pessoas que se consideram “muito endividadas” foi reduzido em 0,6 ponto percentual em junho ante o mês anterior, alcançando 17,2%. Enquanto o daquelas que se sentem “pouco endividadas” aumentou para 33,7% no mesmo período.

Importância da educação financeira

O número reforça a necessidade e a importância da educação financeira no país, segundo avalia Elder Magalhães, planejador financeiro da Avere Partners.

“Infelizmente a educação financeira ainda está distante da realidade de muitos brasileiros e como consequência disso há inúmeras pessoas endividadas e com problemas emocionais devido esse estresse financeiro”, explicou Magalhães. “Porém, é importante lembrar que a educação financeira não precisa ser difícil e cansativa, basta entendê-la e usá-la da maneira correta. Para isso é importante saber se planejar.”

O planejador financeiro destacou a necessidade de sempre manter a quantia de gastos abaixo dos ganhos: “Se eu ganho R$ 1,5 mil por mês só posso gastar R$ 1,2 mil o que sobrar eu guardo ou invisto. Outro aspecto importante é estar no controle das próprias finanças, entender o que entra e o que sai de dinheiro para conseguir fechar o mês com ganhos e sem dívidas pendentes.”