Economia
Endividamento das famílias cai pelo 2º mês seguido, para 78%
O percentual de famílias endividadas nos lares brasileiros atingiu 78% em agosto, segundo a a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O resultado representa uma baixa frente a julho (78,5%) e é o segundo mês seguido de queda.
Segundo a pesquisa, do total de famílias, 28,8% estão com dívidas em atraso, mesmo valor do mês anterior, mas uma alta ante o mesmo período de 2023 (30%). As famílias que não terão condições de pagar ficou em 12,1% em agosto, um crescimento ante julho (11,9%), porém queda frente a agosto do ano passado 12,7%).
Em nível de endividamento, o percentual de pessoas que se consideram “muito endividadas” subiu em 0,3 ponto percentual em agosto ante o mês anterior, alcançando 16,8%, enquanto aquelas que se sentem “pouco endividadas” caiu de 33,8% em julho para 33,1% no mês passado.
“O resultado do PIB, que apontou um crescimento de 1,4% no segundo trimestre, superou as expectativas, mas também revelou um ambiente econômico ainda desafiador”, afirmou o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros. “O alívio do endividamento é positivo, mas precisamos considerar que os juros elevados e a recuperação econômica lenta ainda geram incertezas para as famílias brasileiras.”
O percentual de famílias com mais da metade da renda comprometida com dívidas atingiu 19,9%, o maior desde junho deste ano. As projeções da CNC indicam que o endividamento deve voltar a subir no último trimestre do ano, acompanhando um aumento gradativo da inadimplência, que poderá atingir 29,5% até dezembro.
Nas modalidades de crédito, o cartão de crédito continua liderando com 85,7% de participação entre os devedores, apesar de uma retração de 0,4 p.p. em comparação ao mês anterior. O crédito pessoal destacou-se com um aumento de 0,5 p.p. em relação a julho e 1,8 p.p. na comparação anual, refletindo as recentes reduções das taxas de juros dessa modalidade.