Economia
Haddad: Brasil não tem por que crescer menos do que média mundial
[04/09/24] Da Redação do Bom Dia Mercado
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, acredita que é possível estabelecer um ciclo virtuoso na economia ao realizar ajustes nas áreas certas. “Temos condições de crescer; o Brasil não tem razões para crescer menos do que a média mundial, que tem estado em torno de 3%.”
Em entrevista à GloboNews, Haddad reafirmou a importância de um ajuste fiscal que seja feito de forma justa, apontando que, por uma década, diversos grupos se apropriaram do Orçamento e deixaram de pagar impostos, representando quase 2,5% do PIB. “Abrimos a caixa preta e identificamos quais grupos se beneficiaram do Orçamento”, destacou.
Durante a conversa, o ministro preferiu não comentar sobre um eventual aumento de juros pelo Comitê de Política Monetária (Copom), afirmando que “não seria elegante” opinar sobre as decisões do Banco Central. Contudo, enfatizou a necessidade de harmonizar a política fiscal e monetária para fomentar um crescimento sustentável.
Haddad também elogiou as boas notícias vindas do Poder Judiciário, que tem sido cauteloso em suas decisões com impacto econômico. Ele citou medidas estruturais adotadas pela Corte, ressaltando que “são medidas estruturais, não paliativas.”
O ministro também comentou sobre a revisão de gastos iniciada pelo presidente Lula, reconhecendo que, embora impopular, é essencial. “É preciso ser muito bem pensado; teremos que fazer um debate sobre o avanço das despesas obrigatórias”, afirmou.
Haddad reiterou o compromisso do governo em buscar um ajuste fiscal que não penalize os mais vulneráveis: “Estamos perseguindo com determinação o objetivo de ajuste fiscal, pois há uma década existe déficit público que ninguém quis resolver.”
Sobre a condução da política econômica, Haddad reconheceu que o investimento “veio para ficar” e expressou confiança no cenário favorável do Brasil para sustentar um ciclo duradouro de crescimento. Ele também ressaltou o acerto na escolha de Gabriel Galípolo para a diretoria do Banco Central, citando sua familiaridade com a instituição e suas boas relações no corpo técnico.
Por fim, o ministro destacou a importância de revisar a questão social visando melhorar o bem-estar da população: “Não temos tabu de discutir os assuntos, mas há o tempo da política, que a área econômica não pode ignorar.”