[21/11/23] Da Redação do Bom Dia Mercado

Fernando Haddad participou hoje do programa semanal “Conversa com o Presidente”. O ministro disse não ter dúvida de que a reforma tributária será promulgada ainda em 2023. Ele ressaltou que a equipe econômica está, há um ano, tentando colocar ordem no orçamento federal e citou os R$ 300 bilhões gastos por Bolsonaro em medidas para tentar a reeleição. Haddad avaliou que “as mensagens que temos passado têm gerado um ciclo de confiança, mas não podemos deixar de considerar desafiadoras as tarefas que temos pela frente”. O ministro reiterou a importância do apoio do Congresso e do Judiciário nas medidas necessárias para equilibrar as contas.

O presidente Lula disse que, quando disputou a eleição, sabia do estrago feito por Bolsonaro, da destruição de todas as políticas sociais e que teria que reconstruir o país. Lula defendeu os ministérios criados, como da igualdade racial e povos indígenas, ressaltando que, as pastas foram montadas sem aumento de cargos.

Para Haddad, Lula termina o ano em alta, com bolsa batendo recorde, juros caindo e taxa de desemprego sendo a menor de 2016. O presidente elogiou o ministro, afirmando que ele trabalha com seriedade. O elogio vem em um momento em que o embate da ala econômica com política está mais evidente.
Lula disse que vai ter, ainda no fim do ano, uma reunião de avaliação com todo o governo para ver o que está funcionando.

O presidente aproveitou a presença de Haddad para falar sobre o Desenrola, que terá, amanhã, o Dia D, com BB e Caixa abrindo uma hora mais cedo. Em relação ao programa, o ministro da Fazenda afirmou que o desconto médio das dívidas será de 83%, mas que pode chegar a 99% em alguns casos. De acordo com ele, só na primeira fase, sete milhões de pessoas resolveram suas dívidas. Para Haddad, a grande vantagem do programa é que, ao aceitar pagar a dívida, a pessoa tem o nome retirado do SPC em poucos dias. Ainda sobre o Desenrola, Lula pediu que Haddad acompanhe o programa como acompanha a criação dos filhos e disse que quer levar a experiência para o mundo, mostrando que ela é bem sucedida.

O presidente afirmou que o Brasil é visto como a bola da vez. “Quando as pessoas pensam no Brasil pensam na floresta, na Amazônia, em energia verde”, disse Lula, para quem o Brasil é visto como o país que pode mudar a história da questão energética limpa. “O Brasil pode ser para o mundo aquilo que a Arábia Saudita foi para o combustível fóssil”, avaliou. Lula disse que ligou para a Ursula Van der Leyen (UE) porque quer fazer, ainda na gestão dele, o acordo do Mercosul com a União Europeia. A pressa vem na esteira da eleição de Javier Milei, que cogita tirar a Argentina do bloco comercial. (BDM + agências)