Depois da mensagem de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, na semana passada, de que o banco central americano precisa apenas “ver mais dados positivos sobre a inflação” e que o Fed não precisa “esperar inflação chegar a 2% para agir em relação à política monetária”, a inflação americana de junho, que mostrou uma inesperada deflação, aumentou consideravelmente as chances de os cortes de juros começarem.

O outro prato da balança do Fed, o emprego, também está esfriando, como o próprio Powell admitiu e os números do payroll confirmaram no fim da semana passada. Não foi à toa que Wall Street engatou um novo rali nesta semana e empurrou os juros dos Treasuries ladeira abaixo.

Por aqui, o Ibovespa conseguiu aproveitar a melhora externa e completou seu 10º pregão de alta nesta sexta-feira, encostando nos 129 mil pontos. Dólar e juros futuros também mostraram algum alívio, embora em menor intensidade, com o mercado atento aos ruídos de Brasília.

Apesar da aprovação importante do 1º projeto de regulamentação da reforma tributária na Câmara, o Senado já sinalizou que o texto pode não passar neste ano e que diversos pontos, modificados de última hora, serão revistos.

Há ainda os impasses em torno da compensação da desoneração da folha de pagamentos e da renegociação da dívida dos Estados. O prazo apertado pelo recesso parlamentar, que começa no fim da próxima semana, e o calendário eleitoral podem dificultar a evolução das discussões.

Bom fim de semana! (Téo Takar)