Encerramento das transmissões
Semana termina com receios de pouso forçado e cautela dos BCs
Se a primeira reação do mercado ao presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, foi de otimismo, com as bolsas em disparada e juros e dólar em queda, o dia seguinte foi de ativos ladeira abaixo.
Ontem, o temor de um pouso forçado nos Estados Unidos apareceu após dados do ISM e do auxílio-desemprego bem piores que o esperado. Hoje, o payroll de julho foi a gota d’água.
O mercado passou a apostar num corte de 0,50 ponto percentual em setembro e players importantes, como o Citi e o JPMorgan, já estão projetando -0,50pp tanto em setembro quanto em novembro. Há quem diga que há exagero na reação do mercado e que o emprego está apenas se normalizado nos EUA.
Dois membros do Fed, Austan Goolsbee e Thomas Barkin, afastaram a possibilidade de corte mais agressivo já. Mas o fato é que a suspeita de que o Fed esteja atrás da curva cresceu. Para completar, os balanços de algumas big techs não vieram tão bons quanto o esperado.
Na arena doméstica, a economia continuou a mostrar bons números, como a queda na taxa de desemprego e o aumento na produção industrial.
O que segue incomodando é o fiscal com um déficit do setor público até junho (0,78% do PIB) o dobro do mesmo período do ano passado. A desaceleração da atividade na China também preocupa.
O Copom manteve o tom no comunicado da decisão que deixou a Selic estável, surpreendendo quem esperava um texto mais agressivo. Mas a aparente mudança de cenário nos EUA combinou com a cautela do colegiado.
Bom fim de semana! (Ana Conceição)