O CPI de maio nos Estados Unidos aliviou as expectativas para o Fomc (15h), à medida que trouxe boas surpresas para a inflação, que veio abaixo do esperado, tanto no índice cheio como no núcleo, resgatando as apostas de que os juros americanos poderão ser cortados duas vezes neste ano.

Os números afundaram mais um pouco os rendimentos dos Treasuries, com o yield de 10 anos abaixo dos 4,30% (4,26%, há pouco), enquanto o dólar caía ante seus pares, com o índice DXY a 104,370 (-0,81%) e as bolsas operavam em alta (S&P 500, +1,03%, Nasdaq, +1,78%, Dow Jones, +0,05%).

À tarde, a decisão de manter o juro estável no intervalo entre 5,25% e 5,5% é consensual e o suspense está transferido para as projeções econômicas dos membros do Fomc para este ano, 2025 e 2026, entre os quais PIB, taxa de desemprego, índice cheio e núcleo do PCE e a taxa Fed Funds.

Além disso, o gráfico de pontos (dot-plot) indicará a visão de cada diretor para a taxa de juros nos próximos anos, projetando o timing e o ritmo do esperado ciclo de quedas. A entrevista coletiva de Jerome Powell (15h30) também apresentará pistas dos próximos passos do Fed, confirmando ou esvaziando setembro como o mês do primeiro corte.

Aqui, os ativos domésticos não conseguem aproveitar o entusiasmo de NY, afetados pelos riscos fiscais, e em particular, pelas dificuldades de Haddad de aprovar medidas que garantam o cumprimento das metas do arcabouço, após o Congresso ter devolvido a MP do PIS/Cofins, que previa arrecadação de R$ 25 bilhões para compensar a desoneração da folha de pagamentos.

Descolado de NY, o Ibovespa cai 0,92% (120.510,00 pontos), após furar essa marca mais cedo, os juros futuros sobem em toda a curva a termo e o dólar volta a escalar, para R$ 5,3787 (+0,33%), com máxima registrada de R$ 5,4299 no mercado à vista.

(Rosa Riscala)