[02/07/24] Da Redação do Bom Dia Mercado

Depois do presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmar que a alta recente do dólar “não é normal” e que “há um jogo de interesse especulativo contra o real”, a moeda chegou aos R$ 5,70 nesta tarde de terça-feira.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a defender um “ajuste na comunicação” como forma de fazer o dólar recuar. O fato é que o mercado ainda não viu nenhuma medida concreta do governo para conter gastos e cumprir a meta fiscal. Os renovados ataques de Lula ao Banco Central apenas agravam o clima de medo.

Há pouco, o dólar à vista marcava R$ 5,7009 (+0,84%). Os juros futuros seguem de perto o estresse no câmbio, com a curva precificando 85% de chance de uma alta de 0,25 pp da taxa Selic no próximo Comitê de Política Monetária (Copom).

Já o Ibovespa oscila perto da estabilidade, operando em leve queda de 0,05%, aos 124.650 pontos, com ações de commodities e exportadoras dando suporte ao índice, enquanto varejistas e empresas com despesa em dólar estão entre as principais baixas.

Lá fora, o foco recaiu sobre as declarações de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve que elogiou o progresso recente da inflação americana medida pelo Índice de Despesas de Consumo Pessoal (PCE), mas evitou dar pistas se o Fed começará a cortar juros em setembro, como prevê o mercado.

“O que gostaríamos de ver são mais dados como os que temos visto recentemente”, disse Powell em um evento em Portugal com a participação de Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu (BCE) e Roberto Campos Neto, presidente do BC brasileiro.

Em Wall Strett, as bolsas seguem em alta, com Dow Jones avançando 0,06%, S&P500 subindo 0,27% e Nasdaq ganhando 0,54%. Os juros dos Treasuries recuam, e o dólar perde terreno diante dos pares, com o índice DXY cedendo 0,11%.

(Téo Takar)