A rodada final de junho dos índices dos gerentes de compras (PMIs) da S&P Global, nesta segunda-feira (3), confirmou o aprofundamento da recessão no setor industrial europeu e um quadro mais grave na Alemanha, a maior economia do bloco. Com demanda fraca na China e na própria Europa, a indústria do Japão também voltou para a zona de contração, indicada pela pontuação abaixo de 50 pontos.

Na zona do euro, o PMI industrial caiu de 44,8 pontos em maio para 43,4 em junho, no menor nível em 37 meses e abaixo da preliminar (43,6). Entre as maiores economias, só a França teve alguma melhora em junho (de 45,7 para 46 pontos). O continente segue pressionado com inflação persistente, crédito caro, demanda fraca e tensões geopolíticas.

O PMI industrial alemão teve no mês passado a pior queda em oito meses, de 43,2 pontos para 40,6 e abaixo da leitura preliminar (41). Está no nível mais baixo em mais de três anos, puxado pelo maior declínio em novas encomendas desde outubro, segundo a S&P. Mesmo com forte queda nos preços ao produtor, os preços finais também caíram, pela primeira vez desde setembro de 2020, com pressão crescente de competidores. As expectativas da indústria alemã para o ano caíram ao menor nível em sete meses.

Após os indicadores, o presidente do Banco Central da Alemanha, Joachim Nagel, reiterou que o BCE deve subir os juros em julho, deixou setembro em aberto e tirou o viés de alta do mercado europeu. Ele disse que o BCE espera inflação de 5,3% neste ano e que o núcleo ainda estará acima da meta em 2025 (em 2,3%, segundo recente revisão altista).

Em junho, a demanda fraca especialmente da China fez o PMI industrial do Japão cair de 50,6 pontos em maio (a maior leitura do ano) para 49,8, com o declínio mais acentuado desde fevereiro em novas encomendas. Na Coreia do Sul, o PMI industrial caiu para 47,8 pontos, no 12º mês seguido de deterioração.

Na China, a leitura veio melhor que o indicador oficial do governo, que apontou contração (49 pontos). Para o S&P/Caixin, a atividade industrial perdeu força em junho e caiu de 50,9 pontos em maio para 50,5. Ainda assim, manteve-se em expansão e recuou menos do que se previa (50,2).