Internacional

Desempenho econômico do Brasil não alivia incerteza fiscal, diz Fitch

Atualizado 26/09/2024 às 15:41:05

https://www.bomdiamercado.com.br/wp-content/uploads/2024/06/fitch-ratings-risco.jpg

[26/09/24] Da Redação do Bom Dia Mercado

O Brasil continua apresentando forte desempenho econômico, com a maioria das projeções apontando para uma alta do Produto Interno Bruto (PIB) de 3% este ano, mas isso não se traduz em performance semelhante nas finanças públicas, afirmou a Fitch Ratings, em publicação. A questão fiscal, no caso, está mais fraca do que o esperado.

A agência de classificação de risco elevou a expectativa de crescimento da economia brasileira este ano de 1,7% para 2,8%, destacando a resiliência do país mesmo com uma política monetária contracionista. Segundo a nota, o forte crescimento do Brasil pode ser, em parte, resultado de posição fiscal frouxa.

Com isso, essa inconsistência no fiscal representa uma “vulnerabilidade macroeconômica fundamental” e pressiona o rating soberano do país, que está em “BB” atualmente.

O Fitch afirmou que o governo do presidente Luça está em busca de uma transição fiscal gradual até 2026, após o déficit registrado no ano passado com o aumento de gastos em programas sociais. O objetivo é elevar a arrecadação e cortas gastos, mas, segundo a agência, enfrenta dificuldades em ambas as frentes.

“As principais medidas de receita são transitórias ou têm benefícios incertos”, afirmou, destacando que as receitas esperadas pelo voto de qualidade do Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf) não ocorreu conforme a expectativa. O governo busca outras formas de conseguir arrecadar o suficiente e atingir meta fiscal, porém a agência enfatiza que os efeitos são superficiais.

“Essas medidas improvisadas demonstram um compromisso com as metas fiscais, mas não oferecem melhorias fiscais estruturais”, disse o Fitch. “Enquanto isso, a contenção de gastos está se mostrando um desafio”, destacou, citando o aumento acima do esperado das despesas previdenciárias. Embora o governo cogite mudanças para enfrentar fraudes e alterar indexações, a vontade política é outro desafio e “segue incerta”.

Para finalizar, a agência de classificação de risco lembrou que o Banco Central voltou a retomar o ciclo de alta de juros, elevando a Selic em 0,25 ponto percentual, para 10,75%. “Isso irá aumentar imediatamente os pagamentos de juros, dada a elevada percentagem (45%) da dívida com taxa flutuante”, disse.

Compartilhe:


Veja mais sobre:


Veja Também