Câmbio
Dólar corrige baixa, de olho em Ptax e expectativa de queda da Selic a partir de agosto
O dólar à vista seguiu em correção nesta 3ªF e subiu frente o real, depois de acumulado alta de mais de 6% durante o mês. A briga pela formação da ptax de junho e do semestre e o fluxo de saída de estrangeiros da bolsa, também realizando lucros com ações, ajudou a empurrar o câmbio para cima, na contramão da moeda no exterior. Lá fora, o dólar perdeu terreno em relação aos pares, especialmente frente ao euro, com investidores apostando que o BCE será mais duro do que o Fed em sua política de aperto monetário.
Pela manhã, no Fórum do BCE em Sintra, Portugal, Christine Lagarde reiterou que o BCE precisa elevar seus juros a níveis “suficientemente restritivos” e mantê-los nesse patamar “pelo tempo que for necessário”. “A instituição está comprometida a cumprir sua meta de inflação de 2%, não importa o que vier”, afirmou.
Por aqui, o mercado reagiu à desaceleração da inflação medida pelo IPCA-15 e à sinalização um pouco mais clara da Ata do Copom, de que a Selic pode começar a cair em agosto. O cenário de continuidade de alta dos juros nos EUA e na Europa e de início do afrouxamento monetário aqui tende a tornar o “carry trade” menos atraente, o que faz com que o estrangeiro tire dinheiro da renda fixa doméstica. A Capital Economics projetou hoje desvalorização de 9% do real frente ao dólar até o fim do ano (veja nota às 16h19).
O dólar à vista fechou em alta de 0,67%, a R$ 4,7987, após oscilar entre R$ 4,7517 e R$ 4,8065. Às 17h10, o dólar futuro para julho subia 0,71%, para R$ 4,8040. Lá fora, o DXY recuava 0,21%, para 102,473 pontos. O euro subia 0,51%, para US$ 1,0962. E a libra ganhava 0,31%, a US$ 1,2751. (Téo Takar)