Câmbio
Dólar renova recorde com crise das emendas elevando incerteza sobre pacote fiscal
O dólar voltou a quebrar recordes diante do real nesta segunda-feira, mais uma vez embalado pelo risco fiscal e pela desancoragem das expectativas de inflação.
Os investidores ficaram preocupados hoje especialmente com o fato de o ministro Flávio Dino (STF) ter rejeitado o pedido da AGU para rever sua decisão sobre as emendas parlamentares. O tema deve azedar ainda mais a relação entre Executivo e Congresso, em um momento de pautas delicadas e urgência do governo para aprovação da regulamentação da reforma tributária e do pacote de cortes de gastos.
Há pouco, o presidente Lula chamou os presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, para uma reunião justamente para tratar desse problema.
O mercado também está dobrando a aposta em um choque de 1 pp na Selic pelo Copom na próxima quarta-feira. O boletim Focus de hoje mostrou nova piora nas expectativas de inflação, com o IPCA de 2025 estourando o teto da meta.
A alta da moeda americana foi limitada pelo ambiente favorável às commodities, após a China sinalizar disposição de adotar novos estímulos à economia local.
O dólar à vista fechou em alta de 0,20%, a R$ 6,0829, após oscilar entre R$ 6,0376 e R$ 6,0898. Às 17h15, o dólar futuro para janeiro caía 0,15%, a R$ 6,0940.
Lá fora, o índice DXY subia 0,10%, aos 106,164 pontos. O euro caía 0,16%, para US$ 1,0552. E a libra subia 0,08%, a US$ 1,2750. (Téo Takar)