Câmbio
Dólar sobe aqui com ajuste e ruído político, mas recua lá fora após CPI fraco
[11/07/24] Da Redação do Bom Dia Mercado
O dólar subiu frente ao real nesta quinta-feira, seguindo dinâmica diferente do exterior, onde a moeda americana recuou diante dos pares, após o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) melhor que o esperado reforçar a expectativa de três cortes de juros pelo Federal Reserve neste ano, a partir de setembro.
A queda dos juros dos Treasuries favoreceu a valorização expressiva do iene japonês e, em menor proporção, do franco suíço.
O sócio fundador da Armor Capital, Alfredo Menezes, disse ao Bom Dia Mercado que há dúvidas se o Japão atuou no iene, que é a moeda de funding para ficar long em moedas onde há carry trade, como o real. “Mas o fato é que o forte fortalecimento do iene pode ter levado a stops dessas posições.”
Além do fator técnico, a piora do câmbio doméstico também coincidiu com mudanças de discurso em Brasília.
O senador Eduardo Braga (MDB-AM), escolhido por Rodrigo Pacheco para relatar a regulamentação da reforma tributária no Senado, disse que os líderes da Casa pediram ao governo que retire o caráter de urgência do projeto e sinalizou que dificilmente o texto será aprovado até o fim do ano.
Braga também disse que os líderes sugeriram aumentar impostos sobre o setor financeiro para fechar as contas da compensação da desoneração da folha de setores e municípios. A informação foi confirmada mais tarde pelo líder do governo, Randolfe Rodrigues, que disse que uma elevação da CSLL do setor será feita como “última opção”.
O dólar à vista fechou em alta de 0,55%, a R$ 5,4426, após oscilar entre R$ 5,3704 e R$ 5,4536. Às 17h04, o dólar futuro para agosto subia 0,55%, a R$ 5,4600.
Lá fora, o índice DXY recuava 0,55%, a 104,474 pontos. O euro subia 0,33%, para US$ 1,0865. A libra tinha alta de 0,49%, a US$ 1,2912. E o iene se fortalecia, com o dólar caindo 1,70%, para 158,83 ienes.
(Téo Takar e Rosa Riscala)