O vice-presidente do Banco Central Europeu, o espanhol Luis de Guindos, disse hoje que o ciclo de aperto dos juros europeus já mostra efeito sobre a economia real, mas o trabalho do BCE para trazer a inflação à meta (2%) ainda não acabou. Desde julho de 2022, as taxas básicas subiram quatro pontos percentuais.

A inflação anual ao consumidor na zona do euro desacelerou a 5,5% em junho ante uma taxa de 6,1% em maio. Já o núcleo teve leve avanço, de 5,3% para 5,4%, e é esse número que vai ditar os próximos passos do BCE, disse Guindos: “Precisa estar mais estável antes de pensarmos em afrouxar a política de aperto”.

Segundo o espanhol, a maioria parte dos indicadores de pressão estrutural sobre os preços na zona do euro já mostra sinais de arrefecimento, e a taxa de transmissão do aperto está avançada. Porém, a inflação em serviços, em especial os custos da mão de obra, precisam ser monitorados de perto agora.

Guindos disse que o BCE seguirá dependendo de dados para definir o nível apropriado dos juros e a duração das condições restritivas. O mercado espera que o BCE suba os juros em 0,25 pp neste mês, de 0,25 pp, mas a decisão de setembro permanecerá dependente de dados.

A fala melhorou o humor das principais bolsas europeias, que esperam os dados do Payroll nos EUA (9h30). Perto das 8h30, Frankfurt subia 0,53%, Londres (-0,21%) e Madri (-0,53%) reduziam perdas, e o Stoxx 600 engatava alta de 0,20%. A presidente do BCE, Christine Lagarde, volta a falar sobre política monetária às 13h45.