Juros
Ata do Copom autoriza queda nos juros futuros curtos
Dizer com todas as letras que a Selic vai cair em agosto, a ata do Copom não disse. Mas o mercado leu nas entrelinhas um corte à vista. Esta percepção saiu fortalecida, por exemplo, deste trecho do documento: “a continuação do processo desinflacionário em curso, com consequente impacto sobre as expectativas, pode permitir acumular a confiança necessária para iniciar um processo parcimonioso de inflexão na próxima reunião”.
Também no texto, o BC parece ter feito uma referência velada à reunião do CMN, na 5ªF. “Decisões que contribuam para a reancoragem das expectativas e aumento da confiança nas metas ajudam a desinflação e permitem a flexibilização monetária.” A intenção declarada de Haddad de votar no CMN pela manutenção da meta de inflação em 3,00% para os próximos anos reforça o espaço para o Copom relaxar o juro.
Além disso, a inflação comportada entra na conta. Divulgado esta manhã, o IPCA-15 desacelerou para 0,04% em junho, de 0,51% em maio, e ficou levemente acima da mediana das apostas, de +0,03%. Na curva do DI, a ponta curta exibiu viés de baixa e a longa se ajustou em alta à pressão das taxas dos Treasuries.
No fechamento, o jan/24 caiu a 12,980% (de 12,995% no pregão da véspera); jan/25 foi a 10,970%, muito próximo do ajuste de 10,965%; e jan/26, a 10,310% (de 10,334%). Já o jan/27 subiu a 10,325% (de 10,318%); jan/29, a 10,640% (de 10,606%); e jan/31, a 10,820% (de 10,797%). (Mariana Ciscato)